quarta-feira, 14 de abril de 2010

Só de passagem, por uma passagem


Alguém já parou para pensar, hoje e não algum dia, em coisas feitas antigamente que hoje são grandes bobagens, por serem erros, ou que são razões para momentos de orgulho próprio, por acertos?

Sem banalidades, coisas de criança. Bobagens mesmo, atitudes que pareciam ser indispensáveis e que hoje são motivos de riso, de lamentação, de algum sentimento diferenciado, com ou sem nostalgia.
Coisas com as quais você se importava. Pessoas com as quais você importava-se, sem motivo aparente(embora com motivos que você achava serem suficientes). Atitudes tomadas em determinados momentos e que hoje são vomitadas só com a lembrança.

Ficar triste porque alguém riu de você ou rir junto quando estão querendo te humilhar. Chorar pela equipe ter ficado em segundo lugar na gincana da escola ou de emoção, pela sua paixãozinha da escola ter lhe dado bom dia. Exaltar-se com um oi ou rebaixar-se pela falta do mesmo. Subir pelas paredes de ansiedade e cair na valeta de decepção.

Situações que remetam esse tipo de coisa. Acertos que hoje são erros. Risos que hoje não são mais entendidos, lágrimas que hoje não seriam derramadas. Pensar em si, alguns anos ou mesmo meses atrás e imaginar qual seria a reação se aquilo acontecesse hoje e não naquele tempo, naquele dia, em um passado controlável apenas pelo tempo, insano e incansável.

Acho que essa é a prova de que estou ficando velho. Mais mental do que fisicamente. Mais por pensamentos e até atitudes do que por números no documento. Mais por situações vividas do que por qualquer outra coisa.

Porque velho é assim, gosta de relembrar, imaginar e pensar sempre no passado, querendo fazer relações do ontem com o hoje. Entender e concluir. Rir e chorar com passados estranhos, próximos ou longínquos. Tentar imaginar se o Pelé jogaria hoje o que jogou na época, se os Beatles fariam o mesmo sucesso hoje e se 'E o vento levou' levaria tantas pessoas ao cinema.

E pensei nisso, nessas palavras, ao lembrar de um momento, com o rádio na mochila, em que sem razão alguma, em uma conversa particular mas sem muito sentido existencial, falei algo que, tão diretamente, nunca mais senti vontade de falar.

E o pior de tudo é que eu deveria ter ficado quieto mesmo, porque sei que só falei porque era impulsivo demais.

Era. Talvez ainda seja, mas bem menos do que... era.

Estou ficando velho. Mesmo sendo novo.

Só que isso não vem ao caso.

*Eu não gostei disso. 
Não gostei desse texto. 
Faltou... um pouco.... muito mais de inspiração. 
Mas queria escrever.

**E hoje não é o texto em si, 
mas sim o conteúdo que deve ser levado em conta
na hora de colocar um comentário.

2 comentários:

Érica Ferro disse...

Eu sou MUITO velha.
Rio, choro com o que eu lembro. Com aquele dia, com aquelas palavras ditas. Me contorço com as palavras não ditas.
Coisas que eu me sinto aliviada por estar no passado. Tantas outras que eu queria resgatar, mas que, no fundo, sei que não dá.
Histórias que antes não tinham nexo, mas que hoje, com o desenrolar da mesma, fazem todo o sentido.

É, acho que posso me considerar velha, Vini.

Rebeca Postigo disse...

Sou uma velhinha de bengalas!!! rsrs
Sério...
Essa relação de passado e presente...
Erros e acertos é tão subjetiva...
Gosto de pensar no passado...
Mas não vivo mergulhada nele...

Bjs