sábado, 13 de fevereiro de 2010

Na festa mais popular, eu sou antissocial


Época de carnaval, o período mais improdutivo e inútil do ano social brasileiro. Hora de vadiar, de beber, de fumar, de gritar, fazer escândalo, aproveitar oportunidades e gastar os órgãos sexuais de tanto usá-los e depois gabar-se para amigos e amigas, enfim, aproveitar os prazeres, todos fúteis. São dias de diversão, de fazer o que na maior parte do resto do ano não se pode fazer. Pelo menos não em lugares onde a maioria está fazendo o mesmo.

E o carnaval acaba sendo uma grande orgia, hetero ou homossexual. Tem gosto para tudo, opções para tudo. Prazeres de todos os tipos, para diferentes ausências de personalidade própria. O popular é o que importa. O todos é fundamental aqui. Todos vão fazer isso? Então eu vou, e quem está comigo também. Não há mais como colocar a palavra 'valores' e citar esses valores em um texto que fala de toda essa podridão que as pessoas chamam de carnaval.

Não tem mais graça criticar. Eu já expus a merda que essa festa popular é. E toda a falta de qualquer coisa boa que nela existe. Alguns dirão alegria mas, alegria momentânea, em sua maioria por futilidades patéticas, vale mesmo?

Sabe, quem quiser fazer parte dessa grande orgia, que faça. Para o inferno. Só sei que dentre as minhas convicções está participar do carnaval apenas quando ele não for mais essa merda toda, essa grande orgia na qual milhões participam em milhões de lugares.

Acho que nunca mais participarei. Sim, há dois anos participei, não me arrependo, mas percebo que isso não fez diferença alguma na minha vida. Maus exemplos eu posso ter, ver e até fazer parte em qualquer lugar, em qualquer dia. Não preciso participar do carnaval para tê-los.

Lembrando que existem pessoas que seguem caminhos certos, que dão bons exemplos, que tem personalidades e caráter próprios, enfim, que fazem isso pela sincera diversão, felicidade, e não pela futilidade, promiscuidade, enfim, os motivos da maioria. Exceções existem sim, e por isso são citadas aqui.

Cada vez mais distante do popular, do que a grande maioria gosta. Na lista das exceções. Um pouco mais antissocial.

Ainda mais agora, que os dias estão passando sem raios de sol, sem nuvens brancas, sem vontade e sem perspectiva de melhora, de sentimento pleno.

Triste, mas jamais desesperado ao ponto de mudar as minhas escolhas, os meus conceitos.

3 comentários:

Miguel Scapin disse...

É estranho estarmos no Brasil. É estranho porque é conosco. Se eu não quero participar da festa é só não ir, mas todas as pessoas querem que você vá. Eu não quero. Estou dentro de casa, com fones de ouvido, escutando Mozart, e mesmo assim é possível ouvir alguns berros que vem de muito longe. É estranho porque estamos no Brasil. Algumas pessoas passam 11 meses esperando o carnaval, enquanto outras fazem dos 12 meses o carnaval. Se essas pessoas vivessem, perceberiam que o carnaval não é nada nas suas vidas. É estranho viver no Brasil. Muito estranho.

Taw disse...

Bem... felizes são os que buscam as "cidades de refúgio" nessa época... sem dúvida a "criação" delas representa uma idéia genial.

Hum... carnaval é nojento véio... to nem aí pra as intenções... só consigo ver os fatos... e os fatos que vejo são todos nojentos.

arg...

-.-

Rebeca Postigo disse...

Odeio carnaval!!!
Pra mim é a pior data do ano...
Não só pela futilidade, como também pela dissonância nas atitudes das pessoas...

Bjs