terça-feira, 11 de setembro de 2012

O vazio de viver e só (31)

Torna-se fácil entender por que não consigo levar adiante nada a que me proponho. Sim, fácil porque já passei por isso antes e, com algum ar de experiência, foram várias as vezes em que passei por esse estado de existência. Por isso acaba sendo bem tranquilo lidar com isso.

Mentira.

Parece tudo novo, mesmo que grande parte dos motivos que levem a isso ou que mantenham-me assim, sejam semelhantes, mudando coisa ou outra. Conversas não são agradáveis, não ajudam e tampouco amenizam. Aquela história de que um bom desabafo - ainda mais quando faz lágrimas caírem após as palavras - ajuda e, como dizem os entusiastas, lava a alma, é uma grande mentira nesse caso.

Ninguém sabe o que é isso. Nem mesmo eu sei e, por essa razão, não sei explicar.

O que está acontecendo, e que já aconteceu de maneira semelhante, tira-me o sono, a concentração, a paciência, a vontade de contato e... bom, algo alimenta o meu orgulho. Maldito orgulho. Detestável orgulho. Princípio das minhas limitações, orgulho silencioso e temível.

Quando isso parece não ter solução, algo aparece e então, por alguns instantes, tudo desaparece. Como um olhar, um sorriso e um abraço podem modificar tanto sem ao menos saber que o fazem, levando para um lugar inacessível tudo o que parece, e de fato consegue, perturbar.

Instantes.

Depois volta, a inquietação, a ansiedade e todo o resto que diz que nada daquilo virá. Que isso, e não aquilo, é a realidade, o que tenho para todos os momentos.

Nego-me a concordar com isso porém é inevitável pensar que essa constante leva de nada seja, de fato, o tudo que tende a parecer ser.

Onde você está, Luz?

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