sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A espera, o tempo

O mais difícil é lembrar e pensar sem trazer para o presente.

Porque, trazendo para o presente, faz-se menção de possibilidade. E isso envolve futuro.

E o futuro... é distante.

Seja lá qual for esse futuro.

Não tenho receio de dizer que estou cansado do tempo. Da espera que traz mais ansiedade do que qualquer outra já trouxe, independentemente do que isso significa. O receio de que isso acabe, sem ao menos ter um início definitivo, aumenta - e muito - a sensação de injustiça. Deixando de lado - por causa da questão da maturidade - o que é alheio e, portanto, não interessa mais.

Eu tenho, sim, palavras guardadas. Belas e novas palavras. Simples porém sinceras palavras. Espontâneas palavras.

Só não posso usá-las.

O melhor verbo não é o poder, é o dever. A possibilidade existe sempre entretanto, não resta dúvidas, ela deve ser ignorada à medida em que não há mais escolha - se é que algum dia houve -, restando apenas uma opção.

Dentro de uma escolha anterior, claro.

Há preocupações diversas. Próximas e distantes disso. Quem sou eu para classificá-las? Apesar de serem minhas - nem todas com exclusividade - discordo quando dizem ser necessário definir prioridades.

Tudo o que importa é prioridade. E sempre será.

Porque, de não-prioridades, o mundo, a vida e, claro, o tempo, estão cheios.

E não há lista que comporte todas essas coisas que, desnecessárias, nem merecem citação.

Indiferente a elas estou.

Assim como tento ser indiferente - para não ir direto para um saco sem fundo - a essa coisa relativa ao tempo.

Essa coisa chamada... espera.

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