sábado, 28 de abril de 2012

O vazio de viver e só (27)

Alongar e, por instinto desbravador ou meramente persistente, prolongar a tentativa de entendimento desse pequeno trecho do contexto atual é, por algum motivo, ilógico. Há coisas que você simplesmente não tenta entender ou o faz e não obtém resposta alguma. A opção não é por achar ou não algo que faça compreender o que está acontecendo e sim, por mais bobo que pareça, quanto tempo você perderá para se dar conta que não há muito o que ser compreendido.

Estranhamente, não há muita confusão nisso tudo. Nada está por trás, implícito em algo dito ou demonstrado e, por menor que possa aparentar ser a vantagem disso, tem-se então, de alguma forma, um nada interessante e ironicamente instigante.

Parar por aqui não é somente deixar na mão um par de olhos ou outro que dispendeu tempo, e atenção, para chegar ao fim e nada entender, compreender e, com alguma incompetência, sequer imaginar. O grande motivo para não escrever mais é que tenho receio de não conseguir subjetivar tudo até o fim, da mesma maneira direta e singela como o tenho feito durante esses muitos últimos dias. Perspectiva de esclarecimento inexiste em mim e, portanto, tampouco nas minhas palavras.

Se o fizesse, estaria admitindo algo por alguém que não é eu e assim, regredindo, estaria tornando real uma imaginação que, por melhor que possa parecer, não condiz com a realidade atual, do hoje.

Olhei para Lua, há pouco. Lembrei. Pensei. Sorri. Não pela Lua ou mesmo pela lembrança ou pelo pensamento. Apenas sorri. Espontâneo, despreocupado, indiferente ao que pode vir a ser. Sorri destemidamente, por mais que pareça um exagero. Por mais que nada pareça ter.

Lembrei, pensei, sorri. E veio a saudade, ponto.

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