sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pedaços de um pensamento (32)


Não gosto de retrospectivas, de listas com lembranças ou planos, acho isso uma hipocrisia pois tudo é deixado para agora, final de ano, preferencialmente nos últimos dias. "Ano novo, vida nova" é, para mim, uma bobagem sem igual. Por que esperar um ano terminar e outro começar para então querer fazer algo novo, realizar sonhos e, por que não, mudar algo em si? A resposta é simples e, além de explicação, é consequência para esse comodismo. É cômodo escolher um dia, um período do ano - que, nesse caso, é sempre o mesmo - porque se faltar vontade para realizar coisas novas, ou mesmo para ver que, independentemente do que tenha acontecido, foi um bom ano, há a desculpa de que 'no ano que vem...', e por aí fica-se, circulando sem sair do lugar, dando desculpas para céus e terra sem a mínima vontade de, efetivamente, fazer coisa alguma.

Por si, pelos entes queridos, pelo mundo. Mas principalmente por si.

Chega de ficar agindo burocraticamente, enrolando e fazendo de conta que 'nesse ano sim, agora vai', saia do marasmo e comece, primeiramente, mudando essa mentalidade covarde e preguiçosa. Ninguém espera que você acabe com a fome no mundo porém aposto que algumas pessoas querem que você esteja mais presente na vida delas. Por elas e por você. Não há sentido em tanta ladainha para fazer coisas simples como permitir-se viver coisas novas. As oportunidades aparecerão todos os dias, você só precisa de um pouco de fé e um pingo de vontade, de desejo, de sede de crescimento, de mudança, de vida.

Sim, sede de viver.

Enquanto o marasmo imperar, enquanto for mais importante preocupar-se com listas, com organizações e com 'não comer galinha que cisca para trás mas sim porco ou peixe, que comem para frente' ou - a melhor na minha opinião - 'vestir branco para paz e vermelho para amor', não haverá novos anos suficientes para que um dia tudo se resolva. Acredite, nada cai do céu por si só, você precisa dar uma força para que aquilo que o Todo Poderoso lhe envia não seja desperdiçado e se torne apenas vida não vivida, oportunidade não aproveitada, crescimento não usufruído.

Assim como não listo, não faço promessas e, como já devo ter dito, não gosto de retrospectivas. Um ano de muita tristeza e, sem ironias, de muita felicidade, só isso. Que Deus continue tendo paciência para com as minhas limitações e não desista de me dar, a cada dia, uma nova chance de vida.

Mais um ano, mais uma oportunidade porém... por que esperar pelo ano que virá?

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