quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ecos da sinceridade - Com a antiguidade


Tudo aquilo que não é, no presente, e ainda assim é real, faz parte do passado. Imediato e despretensioso ou já concreto e assumido, não importa, aquilo que é página já lida, quando voltada para releitura e possível entendimento, mais atrapalha, tirando o ritmo natural da leitura. Não que esteja tentando, de alguma maneira, dizer que é, foi e pronto, só isso. Enquanto caminhei com uma verdade visível a quaisquer olhos humanos, o fiz sinceramente, acreditando ser aquilo tão somente por ser, não somente, aquilo tudo.

Enquanto o que vem de fora, de pontos próximos dos mesmos olhos que tanto viram - aquela que chamarei de minha - a minha verdade, cada vez mais carrega o pretensioso status de 'eu estava certo o tempo inteiro, só você não quis ver', o que vem do mesmo lugar de onde saía a minha verdade agora junta-se a tal pretensão, só que de uma outra forma: imaginação.

Não imaginação condicionada à possibilidade ou estritamente pela falta da mesma. Imaginação, nesse caso, desenvolve o que aparenta para um ponto de vista realista - não julgando quantidade de verdade presente no mesmo - que induz pensamentos, infelizmente, tristes.

Poderia ser um 'nada disso estaria acontecendo se', que também traria alguma decepção, porém menos intensa e infundada. Entretanto - e aí vem a antiguidade da coisa - o que é demonstrado leva do simples e trivial para o, nada menos do que terrível, "você nunca conseguiria". É irônico constar que não é a derrubada de uma quase inexistente autoestima o que é tão terrível naquela negação atemporal.

O que coloca em um patamar tão negativo a frase é a maneira como está sendo - insisto que implicitamente - exposta. Deixando de lado a parte paranoica que, garanto, não influencia essa visão, e focando apenas na intenção, possível, por trás de tais demonstrações, bom, não há como ter certeza de coisa alguma. A aparência é essa, a sensação é de haver essa intenção, boba, de querer demonstrar que o ontem não pode ser comparado com o ontem - mesmo que nunca tenha sido dito que o ontem tenha sido um padrão e obrigatoriamente devesse ser comparado com tudo o que fosse surgindo - e que é incrível também, e o que vem agora acentua ainda mais as impressões negativas, por ser tudo aquilo que, no fundo, sempre se quis.

Que a impressão de mentira no que pareceu um dia ser via de mão dupla, desapareça. Pelo bem do que foi, de um jeito jamais comparável, único. Mesmo que apenas um par de olhos admita essa verdade. E mesmo que tudo seja, hoje, tão somente uma antiguidade.

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