sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pedaços de um pensamento (31)


Quanto maior parece ser a vontade, mais lentamente o tempo parece passar. Horas que, com olhares aleatórios no mesmo lugar, fazem a noção de contagem de tempo se perder completamente pela ânsia de saber se, enfim ou não, todo e qualquer dizer é uma grande quantidade de incômodo, simples e diversificado incômodo. Não posso me colocar no lugar e imaginar que a resposta, para qualquer pergunta que possa sair do meu lado, é sim ou não como também não posso imaginar quaisquer coisas que independentes do meu pensamento. Assim como o céu, azul claro e sem nuvens, me traz a sensação de que estou desperdiçando vida aqui, o simples - e não menos irônico - fracasso em não conseguir qualquer conclusão dá a impressão de desperdício de pensamento.

Um tempo que não tenho para respostas que não sei de perguntas que não tenho coragem, e talvez nem oportunidade, de fazer. Quanto mais preciso me preocupar com o que vem pela razão, mais pareço me preocupar com  que foge dela. Irracional é tudo aquilo que não segue uma lógica, um sentido racional - e existencial - de ser.

Isso não quer dizer que perdi a razão. Apenas perdi a vontade de tentar encaixá-la em um grande espaço que, hoje, uma coisa chamada saudade - inexplicável e um pouquinho irônica - ocupa. O que não se perdeu, mesmo, foi o senso de 'não quero que nada meu atrapalhe o seu'. Talvez seja tempo de replanejar isso, também.

De qualquer forma, é sim, saudade, mesmo que não faça muito sentido. E, para não deixar de colocar uma verdadeira e grande ironia, mesmo que não faça sentido e seja um tanto irracional, há motivos (também) racionais para a saudade.

Para essa saudade.

*Até domingo, ou segunda, quando, 
provavelmente, 
colocarei palavras nada minhas aqui.
Porém, também nada irracionais.

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