sábado, 10 de setembro de 2011

Reflexões de um maluco (18)


Não quero que as situações sejam mais simples ou mais fáceis. Quero apenas que as situações sejam.

É bem fácil entender como acontece. Definir como montanha russa é precarizar, e até omitir, as consequências. Ao contrário da montanha russa - sobe, desce e, a menos que um idiota não tenha consertado uma parte estragada em potencial, nada acontece com a estrutura, nada acontece com os passageiros, exceto o medo, a adrenalina e a tola sensação de 'bah, é uma coisa indescritível', que não passa de bobagem - o efeito não estudado, sem nome ou definição, de um dia a dia com hifens obscuros pode trazer consigo efeitos catastróficos em algum ponto específico - ou na parte pelo todo, como gostam os poetas. 

Fácil é entristecer quem está alegre, derrubar quem está de pé e fazer cair quem nunca caiu. A semelhança dessas falsas diferenças com o efeito do dia a dia, seja ele 'culpa' do que chamam de 'a vida', 'o mundo', 'o tempo', 'a sociedade' ou - aquele que é mais patético - 'o universo', bem, essa semelhança é, como posso dizer sem parecer um anormal..., uma quase igualdade.

Aí você lê uma, duas ou três vezes e não entende o que está acontecendo, sobre o que estou escrevendo ou mesmo o que se sente quando se anda em uma montanha russa. Tudo bem, não precisa de nada disso agora.
Talvez agora sim.

A exaustão que uma rotina preenchida quase que por completo é um catalisador - ou seja, um agente que acelera algum efeito - para essa sensação de 'sobe e desce' do dia a dia. Esse 'bum' - como gostam de mencionar os psicólogos - psicológico(!) pelo qual passam 'os jovens' também acelera esses efeitos de alegria e tristeza quase misturadas, felicidade e decepção, lamentação e êxtase.

Mas o problema não é a 'fase', nem é 'coisa da idade' ou alguma coisa semelhante. O tal 'universo' que conspira contra todos aqueles que pensam na vida como um todo, e não apenas ao redor do próprio umbigo, bem esse 'universo' - para os que acreditam nele como causador da realidade - joga para baixo tudo o que está em cima, começa a subir e tem potencial para ser estrela, e não apenas faísca de bombril.

Se alguém tem um intelecto tão perturbado quanto o meu pode perguntar(mentalmente e nos comentários): Por que esse sujeito não é mais óbvio? Por que ele não tem capacidade?

Aí eu olho para você e respondo(mentalmente e quem sabe em um futuro "texto"): Capacidade de ser objetivo eu tenho, só não vejo moral em escrever duas frases quando posso escrever trinta e duas vezes treze.

É claro que eu poderia dizer que, seja 'a vida', 'o mundo' ou 'o universo' tem a incrível capacidade de trazer qualquer sensação ou sentimento ruim, como raiva, tristeza, decepção, mágoa ou afins, após - e não apenas após - momentos de espontâneos sorrisos e olhos fechados por lembranças boas. Se consegue(sempre) entristecer quem está feliz, por que não fazer o contrário e alegrar quem está deprimido?

Bife sem batata frita, um cônjuge amar pelos dois, segredo de duas pessoas guardado apenas por uma, e por aí vai. Falta uma metade, falta um pedaço, falta a outra parte, o complemento, o que junto faz ter sentido. Se derruba, como a lei da gravidade, que levante, como... um pai que joga o filho para cima dos ombros e o segura lá até que este tenha se cansado.

Cadê a outra metade do dia a dia? Será que isso acontece porque não coloco mais hifens? Ou é porque penso nessa 'existência'(?) que ela 'existe'(??) mesmo? Por que não existe uma 'gravidade' do 'universo' que empurre o que está no fundo, para cima, e faça com o que está caído levante?

Chega, antes que a criança canse dos ombros do pai e o texto perca todo o sentido.

*Eu não estou de mal com a vida, mau humorado ou quase no nível de 'espicaçar os rins'. Não estou sequer reclamando da 'vida', do 'mundo' ou do patético 'universo'. Apenas precisei escrever para demonstrar que tenho a leve impressão que os meus esporádicos, e isolados, momentos de felicidade estão sendo perseguidos, caçados, ameaçados e, sempre, arrebentados por alguma coisa, à qual a maioria dá o nome de 'a vida', 'o mundo' ou ainda 'o universo'.
Talvez seja só impressão. A sensação de esquecimento alheio e algo mais seja apenas uma semente para mais uma grande dose(quase inesgotável) de crescimento(improdutivo).

Um comentário:

Rebeca Postigo disse...

Qual é a graça em escrever textos claros???
É sempre a subjetividade que desperta o pensar dos leitores...
Gostei do texto!!!

Bjs