domingo, 18 de setembro de 2011

Pedaços de um pensamento (26)


Vejo que hoje, e é bem provável que sempre, me falta capacidade de expressão, mesmo em situações corriqueiras. Deixando de escrever palavras um tanto figurativas posso dizer que me sinto, muitas vezes, um bobo por completo quando tenho a oportunidade e não sei expressar, palavras, gestos e, óbvio, sentimentos, às outras pessoas. Andando sozinho pelas ruas nas esquinas de qualquer lugar fica fácil 'pensar alto' - o que, em suma é o famoso falar de mim para comigo - e dizer que 'esse momento ao seu lado, por mais simples que possa ser, me faz acreditar que o sublime está sim em cada palavra, em cada gesto e em cada olhar seu'.

Isso em mim irrita a mim. Muito. Por que é tão fácil dizer que um momento é tão único quando não estou mais vivendo aquele momento? O inútil dom do arrependimento não corrige uma falha de personalidade que impede que demonstrações verdadeiras - e tão simples! - sejam levadas para fora de uma mente que não cansa de querer.

Além das palavras há a repressão - por assim dizer - do que está acontecendo dentro da mente, e à partir do coração. É um instinto humano que deve indicar algo como medo, receio ou ansiedade por desconhecer o que virá em contrapartida pelo gesto - ou palavra, demonstração. E se não consigo sorrir ou mesmo pronunciar frase qualquer não é porque aquele é um momento difícil e sim porque eu, dentre as muitas limitações, não consigo me soltar quando quero ser melhor, quando quero falar melhor, quando quero me expressar melhor.

Sublime. Em uma tarde de sábado, em alguns passos, um motivo que nunca muda.

Acima do incrível, do indescritível, do magnífico.

Ainda assim, tão somente sublime.

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