sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reflexões de um maluco(14)


Há momentos esporádicos em que fico convencido de que preciso de um tratamento. Os olhos, o sistema nervoso, o coração ou a mente. Talvez mais de um precisem de um tratamento, mesmo. Porém, em certos momentos, parece que é apenas um, o que não tira a necessidade de tentar resolver problemas que não deixam de ser casuais. Estar louco, ou beirando essa loucura insana que pode levar a um lugar como um manicômio, não é nada demais para quem nasceu louco mas cresceu preso por regras que fizeram com que essa loucura não parecesse nada além de uma fase passageira. As pessoas gostam de dizer que problemas, características incomuns ou atitudes estranhas, muitas vezes espontâneas, são fase passageira. Porque afinal, a vida de todos está ligada, indiscutivelmente, ao tempo. Ele passa, a vida passa. A loucura com suas atitudes já citadas, então, também passam. Reles objetividade. Um pensamento, um sentimento e uma característica só passam quando não há mais sentido em sua existência. Ou quando seu dono deixa-se convencer de que não é isso o melhor para si. Ou não. Tornar isso objetivo com uma analogia boba é querer impor mudança. É como se estivessem tentando convencer alguém que tem o sonho de ser piloto de avião que aviões são perigosos, eles podem cair, tudo mais e menos. Usar o tempo como crítica nada construtiva para conseguir realizar uma mudança alheia pode ser tudo, menos prova de preocupação, de sentimento, enfim.

Não sei onde as minhas ocasionais conclusões sobre a necessidade de um, ou vários, tratamentos físicos e psicológicos possa estar associada ao que escrevi. Entretanto, é claro que há coisas em que encontro uma resistência de pessoas próximas quanto às minhas atitudes com relação a elas, mas não encontro nenhuma resistência em mim. E enquanto acreditar, em pensamento, sentimento ou movimento, continuarei.

Independentemente de o tempo passar, de perder a razão ou ir mesmo que todos, ou quase, queiram que volte.

Nenhum comentário: