sábado, 18 de setembro de 2010

O vazio de viver e só(15)


Queria poder dizer alguma coisa que ecoasse distante, derrubasse com força. Queria poder dizer, quem sabe escrever, palavras que recebessem como resposta o brilho de um encanto, de olhos ou dentes que se mostram em sorriso. Queria ser capaz de criar, produzir, inventar ou apenas escrever coisa qualquer que fosse vista com algo que não fosse estranheza, pavor, tédio ou semelhante. Só que da mesma maneira que um fruto não cai longe da árvore onde nasce, eu não posso dizer, escrever, criar ou mostrar algo que não seja algo próximo desse quase tudo que não consegue ser entendido, visto com algum valor, mais obscuro que estivesse. Escreveria tantas outras incapacidades minhas, tantas limitações mas não, tanto faz ler uma autorreflexão ou uma crítica radical e irracional. Escreveria. Escreveria. Um tudo para mim que acabasse não sendo um nada para alguns dos poucos olhos com os quais verdadeiramente me importo.

Muito visto como nada. Tanto quanto boas ações perto de todas as más ações diárias. Tanto quanto batidas fortes de um coração perto de palavras que ecoam livres. Tanto quanto pensar que certas coisas mudam rápido perto da velocidade com que elas mudam. Se é que mudam.

4 comentários:

Érica Ferro disse...

Já disse e repito: me encontro na sua subjetividade.

Érica Ferro disse...

Já disse e repito: me encontro na sua subjetividade.

Letícia disse...

teus textos são ótimos!

Rebeca Postigo disse...

Faço minhas as palavras da Erica...
Sua subjetividade é fantástica...

Bjs