quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Como uma volta


Dentre tantos gritos, um ecoa vaidosamente no meio de tantos outros. Ele toma para si proporção descomunal e inútil. Bom, e um tanto quanto superficial. Desgosto feroz que não é raiva, lamento tolo que não é tristeza. Distante do que precisa, necessita e é dito, com mais uma rara exceção hoje, aqui, nessas palavras costumeiramente tortas. Um grito que não sai da boca porque não precisa sair de lá. Ele ecoa, deixa sua marca derrubando uma coisinha aqui e outra ali com suas ondas sonoras, pasmem ou não, inexistentes porém, ainda assim, fortes. Não há o que dizer quando um nome passa a ser a razão das palavras ditas. Não há. Grito algum consegue compensar a vaidade superficial de um grito, qualquer que seja a proporção do seu eco, qualquer que seja a sua consequência. Tanto faz, palavras são ditas e não há como mudá-las. Quem sabe com a troca de nome, de cidade, de identidade, de autor ou idealizador do tal nome, das tais frases. Dizem que uma árvore não cai longe do pé, mas se um pássaro ou um menino pegar e carregar, ela terá caído em outro lugar. Pensem como quiserem, dizendo o que digo, não explico nada, não demonstro nada, não busco entreter ou ter alguma palavra bem recebida. Sim, tanto faz se a vida é entendida literalmente, por palavras, gestos ou pelo nome. Achei que não precisava mais dizer que cansei da literalidade daquilo que não tenho e prefiro voar sem asas, falar sem voz e fazer ecoar alguma coisa por algum lugar do incrível, distante, um tanto quanto irreal, mas muito interessante mundo obscuro da subjetividade.


*não que alguém fosse comentar, mas... 
sem comentários nessas frases.