sexta-feira, 8 de maio de 2009

Retratos de uma sociedade patética(5)

Dos grandes pré conceitos(e não me digam pra colocar uma porcaria de uma hífen lá) que atazanam e incomodam as minorias, o pré conceito por generalização é o mais estúpido, ridículo, tosco e aceitável. Exatamente. É o mais aceitável sim. Vamos aos fatos.

Enquanto todos riem, eu permaneço sério. Enquanto todos choram, eu permaneço indiferente. Enquanto todos estão conversando num grande grupo, eu estou só com meus pensamentos. Enquanto todos pedem o que precisam(ou não), eu agradeço pelo que tenho. Enquanto todos se alegram com todos, eu me entristeço comigo. Enquanto todos cantam em pé, eu fico sentado e de boca fechada. Enquanto todos aproveitam os prazeres da vida, eu faço apenas o que ME é certo. Enquanto todos buscam coisas novas todos os dias, eu me contento com velhos sonhos de coisas(ou pessoas) que talvez já não saiba mais porque sonhei com elas.

E não venham pensando nas diferenças que existem entre as pessoas porque eu já não acredito nisso. A sociedade oferece e a grande maioria adere ao generalismo por conveniência ou simples afunilamento por falta de uma cabeça própria para decidir o que é certo e o que, não (necessariamente) invariavelmente, é errado.

Não me venham também com frases como "deixe de ser radical, generalista, extremista, machista, gremista" dentre outras coisas. Eu não quero nem saber o que se passa na cabeça de quem, espantosamente, lerá esse emaranhado de frases.

A sociedade é preconceituosa por generalização sim e ninguém vai tirar essa ideia da minha cabeça.

Exemplificando isso, lembro-me da morte do tio de um meio-irmão de um conhecido meu. Mais da metade das pessoas que estavam na Igreja estavam chorando. Aliás, quase todas as pessoas na Igreja choravam. Mas muitos, como eu, sequer conheciam o indivíduo, o falecido. E dentre todos os que estavam sentados na mesma fileira de cadeiras onde eu estava, só eu não chorava. E daí? E daí que depois da missa falei com alguns desses indivíduos e eles não conheciam mesmo o falecido. Então para que choro? Por respeito? Para mostrar dedicação, sensibilidade ou mesmo solidariedade?

Não me venham com bobagens e chamem-me de insensível se assim for-lhes conveniente, mas eu não consigo chorar em situações como essa, por solidariedade, sensibilidade ou algo do tipo. Podem desabar milhares de pessoas chorando na minha frente que isso não vai mudar o meu sentimento. Se eu não tenho motivos, óbvio que não vou chorar.

E fazendo isso, sou duramente criticado por pessoas que aderem a esse efeito bola de neve. É. Um começa e os que estão por perto aderem por achar muito mais conveniente se mover como parte de uma bola de neve desgovernada do que ficar parado sendo parte de um imenso tapete de neve que cobre um terreno.

Por simplesmente agir segundo o meu EU, sou tido como insensível, sem graça, quer se fazer de diferente, se acha mais importante por isso não faz o mesmo que nós, acha que sabe mais, enfim, várias outras palavras e frases que não vêm, infelizmente, à memória.

Pré conceito e preconceito por generalização. Que coisa ridícula.

Mas como disse, aceitável. Afinal de contas, cada um faça o que quiser. Ou melhor, cada um faça o que o outro estiver fazendo, afinal de contas, o outro também está fazendo o que um outro ainda fez ou faz. E assim vai. Até que cheguemos ao começo a essa (quase) interminável bola de neve social...

2 comentários:

Ninna Oli disse...

concordo em gênero numero e grau.
já posteo sobre isso antes até. quem se importa se tá todo mundo fazendo? não gosta? não faz, ué! rs

desculpa a demora p te responder, mas é q eu tenho andado meio sem tempo pro blog!
nunca li nada da martha medeiros...então não sei se foi um elogio ou um insulto...heuhue

3 de outubro
bjos

Jessica Laviere disse...

Estranhamente estava falando com as minhas primas sobre isso ontem,fui a uma festa de casamento e fui ridicularizada por estar de bota e jeans,sentia o olhar das pessoas,todos no auge dos seus vestidos longos e ternos.
AS pessoas não pensam mais por si,pois tem a tv e as revistas para pensar por eles,e como vender a alma ao diabo,ela está no seu corpo mais vc não manda nela.

Adorei a abordagem!