quinta-feira, 28 de março de 2013

O vazio de viver e só (38) - O orgulho

Hesitei muito mas precisava dizer.

Durante a madrugada passada pensei que nunca havia visto uma determinada lei em prática. E desanimei, de verdade, quando me dei conta que essa era, supostamente, a prova de um grande fracasso, de uma falsidade vã e inútil em todos os sentidos. Sem contar na superficialidade patética, resumo, aparente, de tudo aquilo que era coberto pela ocorrência do ponto de origem do fracasso.

Então o dia veio e com ele tudo parecia normal. Que bobagem foi essa de achar que tudo estava normal.

O dia foi terrível, intensamente terrível. Postas a prova toda paciência, tolerância e possível humildade existentes. E em boa parte do dia o desvio, após suaves e diretas investidas sobre o orgulho, levou ao que de pior poderia haver.

Fiquei cego, deixei de ver por vários momentos. Demorei a perceber o que estava acontecendo. Demorei a entender que essa provação toda era fruto daquilo que julgava nunca ter acontecido. Agora tudo faz sentido, essa não foi a primeira vez em que algo assim ocorre. Essa foi apenas a primeira vez que percebi, com ajuda da Luz, o que de verdade estava acontecendo comigo.

Atirou no ponto fraco sem pensar duas vezes. Violento porém suave, monstruoso e ainda assim discreto, silencioso. Quase passou despercebido como das outras vezes mas, felizmente, dessa vez foi diferente. Consegui direcionar parte do meu exército pessoal e intransferível para essa guerra porque, sim, isso é uma guerra. Enquanto muitos perdem tempo gritando, fanaticamente, que pessoas são estúpidas, o povo é ignorante e todos são hipócritas, ocupo parte dos meus minutos com lutas pessoas, interiores, intransferíveis.

É verdade que muitos, externamente, receberam ataques - (in)diretos, inconscientes e inevitáveis - e, felizmente, essa é mais uma prova da realidade difícil que existe.

Tantas vezes perdi e, no final das contas, hoje não foi diferente. O orgulho, fortalecido com a ajuda do Inimigo, tirou-me a paz, a tranquilidade, a concentração, o amor, a humildade e a tolerância. Tirou minhas defesas, parte da minha natureza, da minha essência, daquilo que considero meu. Enfraqueceu-me, corroendo meu interior, fazendo forte o que mais tento fazer fraco dentro de mim.

Pude amenizar, um pouco bem pequeno, parte desse estrago, dessa guerra. Apenas um pouco, bem pequeno. Ainda assim saí derrotado. Entretanto, sabendo que, quando isso acontece, não há muito o que possa fazer a não ser compreender, tolerar e reconhecer que há algo errado, logo de início.

Preciso ainda de tempo.

Felizmente, o Tempo está ao meu favor.

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