segunda-feira, 4 de março de 2013

O vazio de viver e só (37)


Se pudesse escolher, optaria - sem dúvida alguma - por vomitar ao invés de ficar com essa ânsia terrível na garganta. Por mais que não tenha sido algum alimento o causador disso, seria tão mais fácil, rápido e fácil de explicar se as coisas saíssem em forma de gosmas intestinais. Não venha com nojo, as palavras trazem essa coisa como opção apenas pela semelhança da sensação interior, uma física e outra meramente psicológica.

Difícil é acabar, eventualmente, sendo lembrado por alguém que não me quer bem de algo que eu não deveria lembrar nunca mais, pois o simples fato de ter conhecimento daquilo seria o suficiente, uma vez que notas de cruzado não podem mais ser trocadas por real, se é que vocês conseguem entender. A validade expirou, deu pra ti cusco rengo, acabou por aqui a farra seus ignorantes e desregrados bêbados.

O problema é que isso vem e volta, vem e vai, sai e entra, em um ciclo interminável, curto e direto. A ânsia é real, sinto como se estivesse a ponto de largar tudo aqui e correr para o ralo mais próximo afim de mandar para o esgoto toda essa ânsia que tranca a garganta e repulsa todo sistema nervoso do corpo que sofre consigo.

Nada mais posso dizer, em meio à felicidade uma dor. A lamentação por acabar vendo - embora doa DEMAIS admitir - justiça sendo feita às avessas. Os meus calos foram esmagados por meus próprios pés no momento em que tudo passa a fazer sentido. Não que uma coisa tenha levado a outra - se fosse assim, a insanidade beiraria níveis inacreditáveis. O fato é que acabei tendo de compreender algo que eu mesmo não conseguia controlar em mim.

De um jeito completamente diferente é verdade, entretanto não são os detalhes que contam e sim o todo. E esse todo foi atirado para longe por mim sem qualquer receio, durante tempos e tempos.

Agora ele voltou de outra forma. Mais agressiva. Corrosiva. Violenta. Certeira. Destruidora. Voltou como uma simples ânsia que...

... é uma forma de justiça, repito, às avessas.

E que vai levar a um longo tempo de reflexão, compreensão e, queira Deus que com coragem, superação.

Não sou eu. Porém sou eu.

Honestamente.

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