sexta-feira, 15 de março de 2013

Pedaços de um pensamento (73)


Então, mais uma vez, é isso.

De uma forma ou de outra, já esperava que fosse assim. Inconstante no começo, como todo e qualquer trecho inicial. Faz sentido, não vem de uma história de anos, de dias incontáveis e lembranças inúmeras que permitem dizer, sem medo de errar, que sabe-se tudo, pouco é desconhecido e toda e qualquer diferença é aceitável em si apenas pelo fato de já ser conhecida de longa data.

Estranho.

Cada pequeno porém que surge parece ser, em si, algo muito distante do projeto completo, daquela coisa de planejamento futuro, desejo pessoal e intransferível e, enfim, algo que não condiz com o que se pensava quando a ideia surgiu - dos dois lados - e foi levada adiante. Seria um erro achar que seriam sempre sorrisos e afagos, elogios e doces palavras. Seria um grande erro, aliás, imaginar perfeição onde não pode haver.

Porque é início, preparação, é somente um pedaço curto que precisa, necessariamente, ser deixado para trás em pouco tempo. Enquanto esse período não acaba, há de aprender-se a lidar com todas as eventualidades e contratempos, diferenças aparentemente enormes e tudo o que mais possa vir para fazer pensar que nada é o que parecia que poderia ser e tudo acaba por ser, como em tantos passados recentes, apenas mais uma decepção.

Calma.

Não há motivo algum para pressa, para ansiedade e mesmo para tristeza com uma possível ideia errada. Diferenças não surgem todas assim, como um café da manhã colonial, onde tudo é servido ao cliente ao mesmo tempo, na mesma mesa, para ser comido da mesma forma: com pressa para poder comer mais antes que a barriga dê-se por saciada. O que há de controverso em um e outro deve fazer-se conhecer aos poucos, sem grande alarde, buscando apenas uma adaptação, necessária, inicial.

Fora isso, é desgastar o que ainda não é bem sólido e não consegue defender-se apenas com um carteiraço, como um dia - após vivências, lembranças e muito conhecimento mútuo - conseguirá.

Ainda é frágil o que um dia será forte, robusto, gigante. Tudo porque ainda somos frágeis, de certa forma. Carregamos muito do que era rotina, do que foi experiência e as lembranças não tornam-se inertes de uma hora para outra interiormente.

A introdução precisa terminar porém, antes disso, precisa ser escrita. Tenhamos calma. Aprendamos a esperar pelo melhor, pelo enredo completo, pela história em si.

Sim, há muita coisa melhor por vir. Há uma história toda por vir.

Um comentário:

k. Ferreira disse...

"Desejo pessoal e intransferível e, enfim, algo que não condiz com o que se pensava quando a ideia surgiu - dos dois lados - e foi levada adiante."
Na maioria das vezes não condiz.A mesma sensação de quando a ideia está na sua cabeça x quando você a fala em voz alta. Soa diferente, sempre.