domingo, 11 de novembro de 2012

Reflexões de um maluco (20) - O cansaço das críticas


Talvez já tenha escrito isso porém, como não sou capaz de lembrar sequer do que estava vestindo hoje, tenho o direito, meramente, moral de reescrever. Com outras palavras.

Ou talvez sejam as mesmas.

Às vezes fico um tanto incomodado com algumas coisas que ouço. Sobre eu mesmo.

Parece, quase sempre, e é, geralmente, uma crítica indireta, disfarçada de 'construtiva' e que, por alguns momentos, parece mera hipocrisia. Vejamos.

Eu ouço sobre meus erros, meus defeitos, minhas limitações e blá blá blá. É visível grande parte desses erros, defeitos, limitações e blá blá. É muito visível porque, afinal de contas, a sinceridade também mostra aquilo que é ruim - em alguns casos, é apenas isso que se tem, logo, apenas isso é visto. Então, passa a ficar claro que grande parte das críticas não construtivas é, em si, mera banalidade pois o que é dito provavelmente já foi dito antes. E muitas vezes antes, aliás.

Logo, tornasse desnecessário uma vez que, antes mesmo de ouvir, aponto o que há de errado e problemático em mim. Não é desvalorizar opiniões ou desmerecer pessoas próximas que querem ajudar - algumas querem mesmo. É apenas questão de repetição desnecessária. Ou você gostava de ouvir sua mãe dizendo 'desliga esse computador' a cada cinco minutos? Uma hora aquilo ficava tão banal que nem irritação trazia mais.

Então, entenderam o que eu quis dizer? Né, fácil.

Fico, ultimamente tem sido constante, irritado por perceber que somente aquilo que é meu e, portanto, de mais ninguém, entra na mesa de debate. Eu tenho de reconhecer o que há de errado e ruim comigo e ainda ouvir dos outros o que pensam a respeito. Sobre meus erros e ruindades. Legal isso, não é? Então. Parece que sou a única pessoa com defeitos. Com limitações.

Não tento revidar, por assim dizer, apontando o que vejo naqueles que vem falar sobre mim. Não vejo muito sentido nisso, a não ser que isso seja um pedido. Jamais critiquei alguém ou pisei em um machucado propositalmente. E não o faria por qualquer motivo. Isso é covardia.

E fede à hipocrisia.

Porque é como se eu nada tivesse a melhorar e, portanto, pudesse 'tentar melhorar' outras pessoas. Infantil é pouco, essa atitude é pré-mirim. E cansa. E irrita. E tudo isso tem de ser contornado por uma tolerância que em dias de insônia não existe. Lá se vai o esforço para compreender as pessoas e tentar entender o porquê de dizerem isso ou aquilo.

Alguns são mesmo pessoas boas que querem ajudar. Outros, a maioria, não.

Continuo com meus defeitos entretanto, ao contrário do que querem fazer parecer, luto contra eles diariamente e não me conformo com qualquer um dos mesmos. É difícil entender por que sempre apontar para o que eu posso melhorar e nunca comentar sobre si. É difícil ter paciência para ouvir sempre o 'você é isso e aquilo' sem ouvir um 'mas entendo que faz isso por tal motivo uma vez que tenho tal problema que acarreta em tal blá blá blá'.

Entenderam, também, não é?

Talvez sejam pessoas ruins. Talvez sejam apenas hipócritas. Talvez sejam invejosos - haha, a possibilidade é quase nula, mas existe :P . Talvez queiram me ajudar. Talvez não conseguem falar algo sem criticar. Talvez eu seja uma grande porcaria, também.

Ou talvez seja, apenas, muito mais visível em mim esses defeitos, uma vez que vivo a sinceridade de maneira intensa.

Incerteza inútil.

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