domingo, 17 de junho de 2012

Pedaços de um pensamento (47)

Sinto falta daqueles momentos em que, pouco tempo atrás, pouco ou nada pensava para falar. Não que fosse impulso descontrolado mas sim um gesto espontâneo de felicidade. Singela felicidade. Tão fácil, tão simples, tão espontâneo. Nada antes tinha me instigado a dobrar uma folha de papel de maneiras ordenadas para formar uma coisa que nem saberia direito definir o produto final.

E agora?

Sinto falta. E parece que quanto mais me esforço para retomar um ponto perdido mais perdido acabo ficando, eu, com relação a tudo. Não só o pontual como o geral. Em mim, nada muito concreto. Na razão da falta, nada conhecido. É como se aquilo tivesse sido um sonho e agora a realidade estivesse sendo vivida.

Nem sei mais o que pensar. Como tentar viver novamente o que tanto bem fez, ao menos a mim. No meio do meu deserto, a lembrança do sorriso leve, do carinho, do olhar.

Importa se ainda me preocupo, se ainda tento fazer alguma coisa - do meu jeito desengonçado - para que aquilo não tenha sido apenas uma nota de rodapé? Importa se correr qualquer distância é detalhe e se o desejo era estar perto, e não longe?

Eu me importo. Isso foi e é importante para mim. Não sei o que está acontecendo, também não tenho tido como saber, uma vez que não sei o que dizer, sequer perguntar.

Porém, estou triste por estar distante e porque parece que só eu me importo com aquilo.

Aquilo que hoje não pode ser chamado de isso. Infelizmente, mais uma vez.

*mais uma noite de insônia virá.
Ao menos hoje é domingo.

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