domingo, 5 de fevereiro de 2012

Pedaços de um pensamento (36)


Coisas estranhas costumam acontecer comigo, principalmente quando envolvem pessoas. Na mesma medida que algumas não valorizam parte de passado meu dedicado a elas, outras decidem não querer mais que eu faça parte de suas histórias e outras, bom, outras não estão muito interessadas em fazer parte da minha, há também pessoas que ressurgem depois de anos e, indo contra a lógica racional, vem ao meu encontro, para um cumprimento educado, simpático e de muito bom gosto. Bem ou mal, não sei, não passa disso e... isso não me preocupa nem um pouco porque, afinal, não é de ocasionais que quero viver. O legal desses acasos, ilógicos, é que consigo rever pessoas bem legais, que há tempos não via e que duvidava que fossem lembrar da minha existência. Tempos passam, pessoas vão e vem e ainda assim algumas pessoas lembram-se de mim como se fosse um grande amigo há tempos distante. Talvez um dia venha a sê-lo porém, antes disso, há uma certa satisfação por ter, mesmo que de forma ínfima, significado em lembranças dessas pessoas. Várias vezes isso aconteceu e hoje, ou melhor, ontem, foi mais uma delas. Sem segundas intenções, sem qualquer fantasia boba e imatura e, muito menos, sem o desejo de que aquilo seja muito mais do que foi. O que é bom em reencontrar pessoas há tempo não vistas é que, querendo ou não, há sempre o que dizer, o que perguntar, mesmo que, de uma maneira ou outra, já se conheça todas as respostas. Incrível também acaba sendo cada pequeno fragmento que passa a existir pois, depois disso, tenho mais uma pequena soma às histórias de reencontros inesperados.

Que não são nada além de reencontros inesperados, divertidos e muito satisfatórios.

Saindo desse pensamento e mudando, rapidamente, para outro, creio eu que mais importante, e significativo.

Estranho também acaba sendo que, em todos os momentos do dia, uma lembrança diferente, uma saudade um tanto inexplicável, acaba se fazendo presente. Quanto mais tento entender o que é, mais tenho receio da resposta, por toda impossibilidade aparente. Não que esteja reclamando da possibilidade de loucura que isso poderia gerar na minha vida e sim porque, afinal de contas, hoje, é loucura por ser improvabilíssimo.

Ainda mais complexo é sentir que, no fundo, essa sensação inexplicável é boa. Muito boa. Tão boa quanto as lembranças.

*Kinks é muito, muito clássico.

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