terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Histórias de uma vida não vivida (42)


*Tentei conversar numa boa, argumentar, dar inúmeras razões e mostrar todos os poréns do que você escolheu. Tentei também uma abordagem mais agressiva, não menos sincera, não menos preocupada mas, diferente da rotineira passividade. Eu tentei, de várias formas, mostrar que você está errado quando age dessa maneira. Já são anos assim, olhando para trás - junto com você - e revendo os seus erros, uma vez que os meus nunca entram em questão. Você admite, confessa que foram muitos os erros, e como graves foram eles. Porém, insiste também em ir contra isso, em pegar para si erros que não foram seus... sem motivo algum. Você gosta de sofrer, gosta de se afastar das pessoas que querem o melhor para você, dedicando sua atenção, seu tempo e a sua grande companhia a tantas pessoas que já demonstraram ser nada além de turistas. Elas não vão ficar, eu e você sabemos disso, por que então você ainda insiste em escolher errado? Só estou dizendo isso porque me preocupo com você e porque, tantas e tantas vezes, ouvi você dizendo que estava cansado de todas essas pessoas passageiras. Você quer pessoas definitivas porém insiste em tentar efetivar quem é tão somente provisório. Isso dói, ainda mais, quando você deixa na mão quem nunca mediu esforços para que você não ficasse se matando aos poucos, com lágrimas e lamentos desnecessários. Quando você me diz que 'agora vai ser diferente' eu começo a rir, e sabe por que? Porque eu sei que não vai ser diferente. Porque você não quer aprender. Porque você gosta de sofrer. Queria ser covarde o suficiente para virar as costas para você da próxima vez, para cobrar o racionalíssimo 'eu avisei e você escolheu errado, agora fique sozinho' mas... nós sabemos que não vai ser assim. Bem feito para mim, idiota, que insisto em viver essa história de amizade.

Apesar de ver, e perceber, que muitas vezes parece que essa amizade é uma via de mão única.

Nenhum comentário: