sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pedaços de um pensamento (37)


Se contasse por cima, a história seria igual a uma já escrita. As semelhanças são muitas, principalmente de onde partem as palavras. A diferença está nos motivos. Enquanto a pseudo-nulidade mental pode ser uma causa - embora seja doloroso admitir isso - de um dos lados, do outro, ou seja, na outra história, a arrogância e uma busca por alimentação do ego podem ser as causas de tal situação. Desconhecida e não bem explicada mas, não importa agora o que, quem, como ou quando. Apenas faz-se necessário entender que optar, por qualquer razão que seja, por alguém virando-se de costas para tantos outros alguéns, não é muito fácil de se compreender. Pelo sim ou pelo não, no fundo o motivo disso não passa de uma grande sede por admiração, por ser centro da atenção, por ser personagem principal quando, mantendo a escolha anterior, esse papel não fazia-se necessário, por haver alguma unidade, mesmo em meio às diferenças. Colocar-se como correto quando não há ninguém errado acaba sendo um erro crasso e banal, uma vez que não leva a nada significativo ao longo prazo. A pura e simples amamentação maternal do vício - considerando todos os vícios como negativos - de querer estar posicionado um degrau acima dos demais acaba sendo ridícula e, a longo prazo, explicação para grandes decepções. Claro, quando admitidas. Viver aparentando um sucesso que não se tem, um dinheiro que não se tem e uma felicidade que, de verdade, não se tem, não é difícil. Vejam por aí, inclusive próximos a nós, muitos que não podem olhar nos olhos e afirmar que, sim, há sucesso, felicidade e dinheiro - sendo esse último o mais fácil de disfarçar, inclusive em discursos. Enquanto se esquece do todo e pensa-se somente no individual, pelo motivo que for, não se chegará a lugar algum senão a um quarto vazio, escuro e silencioso. Falar consigo não é solução. Nem mesmo acender a luz traz alguma sensação que a escuridão não seja capaz de fazer sentir.

Difícil.

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