quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Uma nova história. Um velho personagem. Mais um ano.

Pequenas coisas mudaram. Meu endereço, quem faz o meu almoço, a minha rotina, quem limpa o meu quarto, o banheiro, a cozinha. Mudou o tempo de sair de casa. Mudou o ritmo de estudo. Mudou os vizinhos. Mudou os colegas. Mudou o que faço no fim de semana. Mudou a cidade. Mudou o jeito de ser visto caminhando na rua. Mudou o mercado. Mudou quem paga as contas. Mudou todas essas e tantas outras pequenas coisas que não consigo me recordar agora.

E só. Coisas superficiais, ou nem tanto por causa da faculdade. Mas eu não mudei.

Talvez o aprendizado tenha alterado alguns pontos de vista. Aprimorado o jeito de enxergar algumas coisas. Algumas partes da vida. Da minha vida também.

O que antes era indispensável agora é mais indispensável ainda. Pois a distância aumenta e extrapola sentimentos que por algum motivo estavam guardados, esquecidos ou desaparecidos. O que mudou foi o tratamento de alguns, talvez por causa da faculdade, incrementando no sentimento um respeito. Respeito como se faculdade e emprego sério fosse a única coisa que torna alguém responsável.

Não recebo mais recadinhos bestas, ofertas esdrúxulas ou convites rejeitados de antemão. Não recebo mais recadinhos hipócritas e nem falsos cumprimentos. Amanhã seria o dia deles, mas não vejo alguém que possa me mandar um recado puramente hipócrita. Essas pessoas já não estão no meu convívio, nem virtual, então sequer saberão que amanhã completo meus 18 anos. Maioridade esperada apenas para poder ter internet em casa.

Lembrar de mim do nada é uma coisa que não acontece. Poucos sentem a minha falta. E isso é importante para mim. Não sou, nunca fui e duvido que algum dia venha a ser popular. Não quero isso. Pessoas populares, para manterem isso, precisam ser efusivas e, eu já devo ter escrito que para ser efusivo a pessoa deve saber ser muito hipócrita. E saber ser é a mesma coisa que ser.

Não estou mais na visão de muita gente. Não sou mais um alvo direto. A hipocrisia já não me atinge mais porque, além de saber lidar com ela em todas as formas que ela aparece, e apareceu para mim várias vezes, eu  não estou mais lutando por algo que vale a pena. Não estou mais querendo mudar o que está errado. E que deve estar errado ainda. Não há mais uma luta incisiva contra a maldita hipocrisia deles. Por isso não sou mais alvo de mentiras e de cumprimentos hipócritas e frases terceirizadas com intuito único de desmoralizar e abalar uma confiança, em ideias claras e  sonhos sinceros.

Muita coisa mudou. Eu não mudei. Alguns sentimentos evoluíram, voltaram e continuam sendo intensos igualmente. Novas pessoas fazem parte da minha vida. Mas elas JAMAIS vão conseguir tomar o lugar daquelas que, há meses, ou anos, fazem parte da minha vida. Daquelas que SÃO a minha vida.

Um ano mais de vida.
08/10/1991 - ???

Ninguém sabe. E não será eu quem vai substituir essas interrogações pelo ponto final da minha vida. E da minha história.

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