domingo, 18 de outubro de 2009

É um erro? Então eu vou errar.

Remo contra a maré. Não, eu não tenho um barco. Não estou em um rio digitando um texto sem me mexer muito para que o barco não vire. E o texto só começa assim porque remar contra a maré é a mais simples frase que define hoje. Ontem. Alguns dias. Muitos dias.

É uma atitude. Uma decisão. Um propósito, com uma intenção. É uma vontade, um desejo, um sonho. E tudo vai contra. E você é chamado de louco, de burro, de idiota. E você é criticado e cansa de ouvir tantos poréns, tantas queixas, tantas dúvidas de pessoas que querem o teu bem, achando que sabem qual é esse bem. E talvez estejam certos. Mas você não acredita, porque algo te faz voltar ao barco e continuar remando. Sem direção, sem sentido. Remando. Como se fosse a única coisa que você soubesse fazer na vida. Como se remar contra a maré fosse algo que o seu instinto de leva a fazer.

Remar contra a maré. Uma gota d'água no deserto. A luz no fim do túnel. O centavo achado no chão. É um nada, mas um nada tão grande que se torna algo tão grande que você não se importa se ele é um nada tão nada. Porque pra você esse nada, que é tão nada, representa muito.

Lembrei de Some might say, do Oasis. Tem um trecho que diz algo como 'alguns vão dizer que não acreditam no paraíso... vai lá e diga isso para o cara que mora no inferno'. Algo que não adianta, algo que não vai ter eficácia nenhuma, algo que não vai fazer diferença nenhuma. Mas que é um paraíso para quem acredita que aquilo faz diferença sim. Que aquilo adianta. Que vale a pena lutar.

Sempre julguei-me um teimoso por natureza. Um inconformado. Um teimoso inconformado. Nunca desisti. Achei que era por isso. Me descobri, mais uma vez. Sou mais do que um inconformado. Mais do que um teimoso inconformado.

Sou um ser humano. Um ser humano teimoso e inconformado. Movido pelo que há de mais sincero em sentimento. Que rema contra a maré usando as palavras mais sinceras que possam sair de uma boca, ou serem digitadas por dedos cansados e exaustos. Que tem com uma única gota d'água a sede saciada. Que tem em um sonho o paraíso. Uma esperança. Aquilo que move, ou deveria mover, o mundo. Um desejo. Um sonho. E um sonho sincero.

Indo contra muitos. Remando contra a maré. O que talvez só traga destruição ao meu barco. E daí. Quando morrer não vou levar o barco comigo. No paraíso deve haver rios, lagos, oceanos. Mas lá eu não vou me afogar, porque vou conseguir caminhar sobre as águas ao lado do meu Mestre.

Talvez eu também não leve a concretização desse sonho. Dessa sinceridade. Dessa espontaneidade. Dessa... coisa, que me faz o maior e o menor dos homens. Talvez. Mas certamente, no fim da minha vida, vou levar comigo a sensação de que tudo foi tentado. De que todas as possibilidades foram esgotadas. De que eu não tive medo do fim. Não tive MEDO de tentar, de lutar, de querer, de remar contra a maré, de fazer o mais difícil, o mais complicado, o mais impossível. De passar por cima do que já me fez mal. De esquecer mágoas e lágrimas. De deixar de lado o cansaço, a tristeza, todos os sentimentos ruins. Não, não tenho e não terei medo.

Um ser humano teimoso e inconformado, mas fascinado pelo improvável, pelo impossível e pelo intocável. O que vier, virá. E, preparado ou não, enfrentarei de cabeça erguida. E assim continuarei.

Me critiquem, me chamem de burro. Eu mereço. Mas não tenho culpa. Eu sou estranho, diferente. Sou aquilo que eu quero ser. Sofrer está tão próximo de sorrir. O fim está tão distante do começo mas tão próximo do recomeço.

Sejam elas boas ou ruins, para mim ou para vocês. Sejam elas limpas ou sujas, claras ou escuras. Sejam elas as melhores ou as piores, as justas ou as injustas. Sejam elas as certas ou as erradas. Sejam elas o que forem, elas são sinceras. Sinceras, espontâneas, improváveis ou impossíveis.

Mas são as páginas da minha vida. Os lemes do meu barco.

8 comentários:

Rebeca Rocha disse...

tem um selo pra vc no meu blog, passa lá e pega!

bjs

Lauuuu* disse...

Concerteza eu remo contra a maré diariamente !! Remar contra maré é ir contra os parametros que a sociedade impoe ! É ser diferente!É ser uma execeçao.

' Ireth Isilra disse...

' antes rema contra maré do que nao ter reação nenhuma diante dela né!

=)

Eu volteiii, acredito que agora pra ficar!

Anônimo disse...

continua neste teu esforço insano, de "remar contra a maré". Tu, com tua luta, não precisa mudar a direção do barco: tu pode adquirir a capacidade de mudar o curso do rio ou inverter a força da maré. Vale a pena! Abraço de quem te admira.

Taw disse...

isso aeeee!!! xD

:-p

ouvir dizer algo assim: "jovens, vos escolhi pq sois fortes"...

:-p

Unknown disse...

de todos blog q eu já vi , esse é o melhor de todos , TA de parabéns ameii msm *---*, vs tem um grande futuro cara <3

Jééh disse...

talvez ir contra a maré só vai mostrar que a maré é mais forte e que te empurra cada vez mais em direção aos rochedos, mas si ela ti empurra em direção aos rochedo tbm não muito aconselhavio que vc vai de encontroa ela, então eu acho que vc deve comprar um motor potente e continuar seu rumo, se afastanto cada vez mais dos rochedos ^^

otimo texto amei :*

Érica Ferro disse...

E eu vivo remando contra maré, vivo quebrando a cara, vivo sofrendo, chorando e penando, mas é assim que eu vou aprendendo.
Porque não se aprende acertando, se aprende errando.
E a gente rema contra a maré para errar e para acertar.

Ah, eu fico sem palavras depois de ler teus textos, falam tanto de mim, que eu fico sem saber o que dizer.
Mas de que importa as palavras quando o coração e alma sentem tudo?

Grande abraço, Manfio.