segunda-feira, 20 de julho de 2009

O 18 e o 20 de julho no meu livro

Escrevi a última página de um dos livros da minha vida. O livro que conta o começo do meu viver. Não da minha vida, do meu viver. Posso escrever uma continuação desse livro algum dia, mas nem o tempo, nem eu, nem ninguém, tem ou quer mesmo ter certeza disso. As pessoas fazem tantos planos e eu quero ser diferente, não quero mais fazer planos.

Não, não é aquela bobagem de 'viver um dia de cada vez'. Porque se fazemos algo hoje é para poder fazer algo amanhã. E sim, você estuda para amanhã ser alguma coisa, come para amanhã estar vivo, joga futebol para ter saúde, toma remédio para viver mais, enfim, tudo pensando no amanhã. Até porque, o hoje não existe.

Sábado foi o dia do capítulo final. Queria que hoje fosse sábado, teria mais um motivo para argumentar com meus amigos a presença deles lá. Onde? Não importa. Queria que eles, que não estavam comigo, estivessem lá, embora as fotos tenham me lembrado muita coisa.

Hoje eu também queria ter meus amigos por perto. Mas não dá. Natural, afinal, cada um tem sua vida, sua própria história, seu próprio livro com seus próprios capítulos para escrever. A vida é como um livro, definitivamente. E nós podemos, no máximo, ter alguma citação no livro dos outros, pois, o certo mesmo, é cada um escrever o seu. Individualista? Não, necessidade mesmo.

Hoje é dia do amigo. Parabenizo os meus. Agradeço-lhes pelas várias citações nos meus livros. Os livros da minha vida. Sem eles, eu teria terminado, mas seriam tão poucas páginas, que nem de rascunho poderia chamá-lo.

Obrigado.

3 comentários:

Michele disse...

Olá,gostei da forma que escreve nos leva a refletir e ao mesmo tempo é direto e subjetivo.Parabéns bjs Mi

Corbari disse...

Deveras certo na analogia caro Tio Lírio, porém me permita um aparte: no livro ao qual se transcreve o enredo vivido, os amigos (os grandes) transcendem muitas vezes o caráter de citação, vertem-se em coadjuvantes e, a partir daí, como num bom enredo literário, ganham força e dramaticidade até conquistarem destaque no conjunto do obra. Cite-se Quincas Borba em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Após este prolongado prólogo gostaria apenas de dizer-lhe que para muitos de nós, ou melhor, em muitos dos nossos livros, tu te tornaste um personagem importante e querido, o qual deverá apartar-se por algumas páginas, porém apresentar-se logo em seguida para retomar seu papel no enredo. E tenho certeza que não falo (ou teclo) só por mim. Cordiais saudações deste amigo, que apesar da pouca convivência tem muito orgulho de tê-lo no rol dos personagens mais queridos do próprio livro. Aliás, permita-me desde já não chamá-lo apenas amigo e sim irmão.

Liine ( : disse...

:)