domingo, 15 de julho de 2012

O vazio de viver e só (29)

Não tem sido difícil encontrar tristeza, solidão e nostalgia nas minhas escassas palavras. Também pudera, não há como exigir de um médico que saiba projetar uma casa. Esquecendo a teoria, a lamentação nostálgica de hoje talvez possa ser a última. Talvez possa ser mais uma. Ou talvez nem seja uma nostalgia tão clara porém, de uma forma ou de outra, o será. Entendendo-a e tomando para si ou não. Difícil tomar para si o que é próprio da minha história mas...

Sinto saudade dos meus amigos. Tanto jogadores de futebol ou cantores, dos intelectuais e dos opostos a isso, quanto das suaves vozes emitidas por altas, médias ou baixas estaturas. Não classifico saudade como nostalgia mas é difícil explicar a quarta palavra mais difícil de traduzir para outros idiomas sem colocar lembranças, ou seja, o passado em cima da mesa. Sem especificações, sinto saudade dos amigos que impediam, cada um de um jeito, que chegasse a um ponto de onde...

... não estou conseguindo sair.

Nada do que tenho feito tem bastado e aqui entra a lamentação. O que antes era suficiente, como alguns minutos conversando sobre coisa alguma, já não basta. A sede aumentou à medida que o tempo passou. É correlativo, paralelo e ao mesmo tempo perpendicular em vários pontos. Ambos vão para o mesmo lado... como se fossem um só. Eles e eu... era legal não só porque me mantinha intenso, impulsivo e espontâneo. Era legal porque...

... era amizade. Ainda é mas...

Maldito adversativo.

Não sei explicar. Como certas coisas mudaram, outras não mudaram porque, se o fizessem pouca coisa ainda existiria. Quando alguns deles precisaram, fiz um esforço para estar por perto, tentando ao máximo... o que mesmo? Ah, sim, tentar. A tentativa é válida quando a intenção é boa e a ação em si é desconhecida. Eu tentei e mesmo que não tenha conseguido, cumpri o meu dever.

A tristeza aumenta com isso: quando eu precisei, como agora, quantos deles, meus amigos, tentaram?

Em tantas outras vezes, mesmo passando por desertos até maiores e mais árduos do que esse pelo qual transito há algumas semanas, ainda conseguia, com palavras curtas em mensagens ou segundos em ligações, recados, enfim, demonstrar que... o que se demonstra para os amigos? Preocupação, importar-se, saudade, enfim, para cada um alguma coisa.

Coisas de amizade.

Não consigo fazer isso. Atualmente não consigo procurar as pessoas, meus amigos, e saber se estão bem, o que estão fazendo, sentindo, se precisam de alguma coisa. Atravessar esse deserto tem tirado as minhas forças, meus pensamentos quase inexistentes e... tudo aquilo que antes mantinha-me de pé.

Sinto falta de vocês. Preciso de vocês. Como vocês estão? Onde vocês estão?

Sem explicações ou justificativas, nada disso tem importância para mim. Só quero a companhia, a conversa, a lembrança. Parece que se eu não demonstro que ainda existe amizade, ela deixa de existir num todo.

Eu preciso de vocês.

Preciso da amizade de vocês. Se não acreditasse nessas amizades, nenhuma dessas palavras existiria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara voce quem escreveu ne?aaah dã....parabens.tem umas coisas que nao compreendi muito,mas ta legal viu?continue...