sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O vazio de viver e só (42)

Depois de passar dias e dias, interpolados em alguns meses inseridos em alguns anos, com essa sensação de que tudo o que há virá abaixo feito ruína de antiguidade, achei que não voltaria a ter essa sensação de que mantenho-me alheio enquanto o mundo inteiro desaba à minha volta sem que eu possa fazer coisa qualquer.

Julgava ser um dia como esse nada além de fruto de receios e ansiedades que, com o tempo e a quebra de amarras passadas, sumiriam sem deixar vestígios e, portanto, à partir de algum momento, não seriam repetidos em outros espaços, tempos e contextos, embora com intensidade e efeito semelhante.

Não que esteja sendo pior do que qualquer outro dia passado. Felizmente, está longe demais daqueles dias em que nem mesmo a melhor coisa do mundo, fosse qual fosse, seria capaz de trazer tranquilidade em meio às inquietações e nenhuma atividade era realizada sendo, portanto, dias de completa inércia e descaso com a vida em si. O porém vem, justamente, do tempo em que voltam a ocorrer esses dias.

A falta de algo, tão escrita nos últimos meses, e até mesmo anos, não é, necessariamente, o ponto de agora. É estranho pensar que não há nada concreto que possa destruir qualquer elemento contextual no entanto, e talvez esteja aqui o princípio do terrorismo psicológico que vem à tona justamente no momento em que mais precisava descansar e manter distância de toda e qualquer preocupação.

Impossível definir (mais uma vez), então, precisamente o que virou tormento psicológico e, portanto, improvável conseguir solução para algo que, em si, não é um problema mas, no exato momento em que afeta alguém que não eu mesmo, torna-se o ponto de partida para muito do que se sabe ser errado e, mesmo assim, não se consegue mudar.

A insistência pela mudança vem dessa necessidade de mudar. Não consigo ver grande evolução e isso é um agravante em se tratando de alguém que nem bem consegue reconhecer em si algum valor real e significativo.

Esse último, certamente, é parte do problema justamente por não ajudar em nada na solução.

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