Parece que todo encanto que parecia ter começado a transformar, mais uma vez, o que há, se foi sem pestanejar. Hesitação alguma houve ao voltar do grande mar de sorrisos e alegria inacabável e retomar ao frio escuro e repetitivo que antes havia. Não vejo como falta de vontade. Tampouco sei definir com palavras o que é. Preciso de ajuda, de alguém que consiga tornar obrigação o que hoje parece impossível. E da obrigação ver nascer uma mudança drástica, profunda, longe das repetições e demoras cansativas, pesadas e inúteis.
Dentre tantas coisas, as listas começaram a tornar-se um algo no plural com frequência, antes, inimaginável. A retomada, escrita e descrita, de partes do todo de um passado que, bem ou mal, resultava em algo visível e prático, é mais uma tentativa que, em alguns dias, mostrar-se-á uma tacada genial no décimo sétimo buraco ou uma bicada ridícula em uma árvore petrificada.
Estar aqui escrevendo, acreditem ou não, é um alternativo ao modo listado de tentar reagir. Porque, mesmo que nada dê certo e tudo continue no mesmo marasmo depressivo, ao menos ter-se-á tentado algo. Para o bem ou mal, a tentativa é a grande prova de que, apesar de todas as amarras que vem tirando a vontade, as forças e possibilidades de mudança, ainda consegue-se ver que há muito a ser feito, gerado ou retomado, para que haja plenitude não só nos que diz respeito ao que foge de minhas mãos mas também, e talvez principalmente, no que está diante de mim e a meu lado, sem ter a devida representatividade no que, atualmente de qualquer forma, é vida, factualmente.
Entre tantos pontos, as ideias surgiram e não foram levadas adiante. O caderno pequeno, outra tentativa de anotar para minutos posteriores o que a cabeça certamente não conseguiria lembrar, sumiu e com ele a câmera que não tirou as fotos e um monte de palavras, duras e verdadeiras, que poderiam mudar uma vida longe da minha. Seja lá qual pudesse sê-la.
Em si, nada saiu do lugar. O que saiu, aliás, voltou. O não correto foi retomado e o que é correto, de fato, continua desaparecido, deixando um vazio triste e irônico.
Como uma pedra jogada para cima que, pela ação da gravidade, volta a descer, continuo aqui após ir longe, estar envolto por um pedaço de céu e, lamentavelmente, retornar ao lugar do qual quero sair há tempo, nunca deveria ter entrado e toda aquela choradeira infantil de fracasso pessoal blá blá blá.
Terminar um texto com blá blá blá é ridículo, por isso escrevi mais essa frase.
3 comentários:
"E com ele a câmera que não tirou as fotos e um monte de palavras, duras e verdadeiras, que poderiam mudar uma vida longe da minha. Seja lá qual pudesse sê-la."
Só não pare de escrever :)
Vini,
Nosso próximo encontro da Confraria (a galera lá do blog) sera em Porto Alegre...
Lembrei de você.
Queria que você fosse... É no Bar Odessa.
http://vejabrasil.abril.com.br/porto-alegre/bares/odessa-de-isaac-babel-46399
: )
Vai, leva a namorada, seus pais, seu cachorro... pode ir todo mundo.
: )
Tá feito o convite!
Beijo!
Adorei o blog! Super Divo! Já estou seguindo ^----^
Beijos Malucos!
~Dark Maluco
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