sábado, 3 de agosto de 2013

O vazio de viver e só (40)

Parece que todo encanto que parecia ter começado a transformar, mais uma vez, o que há, se foi sem pestanejar. Hesitação alguma houve ao voltar do grande mar de sorrisos e alegria inacabável e retomar ao frio escuro e repetitivo que antes havia. Não vejo como falta de vontade. Tampouco sei definir com palavras o que é. Preciso de ajuda, de alguém que consiga tornar obrigação o que hoje parece impossível. E da obrigação ver nascer uma mudança drástica, profunda, longe das repetições e demoras cansativas, pesadas e inúteis.

Dentre tantas coisas, as listas começaram a tornar-se um algo no plural com frequência, antes, inimaginável. A retomada, escrita e descrita, de partes do todo de um passado que, bem ou mal, resultava em algo visível e prático, é mais uma tentativa que, em alguns dias, mostrar-se-á uma tacada genial no décimo sétimo buraco ou uma bicada ridícula em uma árvore petrificada.

Estar aqui escrevendo, acreditem ou não, é um alternativo ao modo listado de tentar reagir. Porque, mesmo que nada dê certo e tudo continue no mesmo marasmo depressivo, ao menos ter-se-á tentado algo. Para o bem ou mal, a tentativa é a grande prova de que, apesar de todas as amarras que vem tirando a vontade, as forças e possibilidades de mudança, ainda consegue-se ver que há muito a ser feito, gerado ou retomado, para que haja plenitude não só nos que diz respeito ao que foge de minhas mãos mas também, e talvez principalmente, no que está diante de mim e a meu lado, sem ter a devida representatividade no que, atualmente de qualquer forma, é vida, factualmente.

Entre tantos pontos, as ideias surgiram e não foram levadas adiante. O caderno pequeno, outra tentativa de anotar para minutos posteriores o que a cabeça certamente não conseguiria lembrar, sumiu e com ele a câmera que não tirou as fotos e um monte de palavras, duras e verdadeiras, que poderiam mudar uma vida longe da minha. Seja lá qual pudesse sê-la.

Em si, nada saiu do lugar. O que saiu, aliás, voltou. O não correto foi retomado e o que é correto, de fato, continua desaparecido, deixando um vazio triste e irônico.

Como uma pedra jogada para cima que, pela ação da gravidade, volta a descer, continuo aqui após ir longe, estar envolto por um pedaço de céu e, lamentavelmente, retornar ao lugar do qual quero sair há tempo, nunca deveria ter entrado e toda aquela choradeira infantil de fracasso pessoal blá blá blá.

Terminar um texto com blá blá blá é ridículo, por isso escrevi mais essa frase.

3 comentários:

k. Ferreira disse...

"E com ele a câmera que não tirou as fotos e um monte de palavras, duras e verdadeiras, que poderiam mudar uma vida longe da minha. Seja lá qual pudesse sê-la."


Só não pare de escrever :)

Mulher na Polícia disse...

Vini,

Nosso próximo encontro da Confraria (a galera lá do blog) sera em Porto Alegre...

Lembrei de você.

Queria que você fosse... É no Bar Odessa.

http://vejabrasil.abril.com.br/porto-alegre/bares/odessa-de-isaac-babel-46399

: )

Vai, leva a namorada, seus pais, seu cachorro... pode ir todo mundo.
: )

Tá feito o convite!

Beijo!

Unknown disse...

Adorei o blog! Super Divo! Já estou seguindo ^----^
Beijos Malucos!

~Dark Maluco