quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pedaços de um pensamento (75)

Às vezes fico olhando, muito provavelmente com cara de bobo e sorriso de criança que recém comeu sorvete, e tentando pensar no que posso ter feito para merecer tanto. Naturalmente, não é a quantidade, o tamanho ou mesmo uma novidade absurda dentro da simples existência humana e sim, obviamente, pelo que representa, e é, para mim e para o mundo.

Difícil é, de verdade, escrever algo que seja óbvio e ao mesmo tempo diferente. Lembro de algumas vezes em que consegui fazer isso, por motivos diferentes e, no entanto, não há como comparar o que já foi com o que é e, se depender de mim sempre será, presente. É um presente no presente e muito disso era esperado, não por grandes atitudes ou por uma monstruosa benignidade em tudo o que fazia mas, mesmo assim, a sensação de que algo bom estava por vir era constante - as também constantes decepções e quase permanentes vislumbres de uma tragédia diária não entram na história, hoje.

É claro, muito óbvio, que além do que vejo existe uma enormidade que posso apenas perceber e/ou sentir. E isso torna o excepcional ainda maior. O crescimento do que está por trás disso e que, no final do pensamento, é o que nos une, passa a ser inevitável e foge um pouco dos padrões lógicos porque não há consecutividade, tampouco repetição do que fora em algum momento.

Cada pedaço é único. Cada instante é feito para ser único porque geralmente não há um amanhã para que ele se repita.

Eu só queria dizer, do meu jeito complicado e pouco compreensível que não consigo contar quantas vezes já precisei parar de sonhar acordado.

Você é um sonho. O sonho que ganhei de presente.

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