domingo, 20 de outubro de 2013

O vazio de viver e só (43)

Nunca mais tive vontade de ouvir uma música em particular. Sabe, aquela vontade de ouvir qualquer música que tenha algum significado, que cause algum efeito particular, que traga à tona um sentimento em especial, AQUELA música. Ou uma DAQUELAS que ouvia quando tinha tantos anos, quando estava com alguém, quando estava na plenitude do pensamento ou quando queria apenas lembrar de alguma coisa, de alguém, quando queria sonhar ou simplesmente cantar sem compromisso com a letra, o tempo ou a afinação.

Não sei onde estão AQUELAS minhas músicas, as nostálgicas, as utópicas, as realistas, as sonhadoras e as reflexivas. As melodias, as letras, a combinação das duas coisas ou a falta das mesmas. Perderam-se, provavelmente, no mesmo lugar onde grande parte de tudo acabou perdendo-se. Em si, em mim, não sei. É um tanto vazio e sem sentido não saber onde foram parar tantas coisas que não fazem mais sentido por estarem fazendo falta. Ou por não estarem fazendo falta, também.

Fazem falta pois tantas horas passam e a vontade de ouvir algo é grande. Mas o que?

De alguma forma, faz sentido por já ter ouvido muito muitas vezes. Também por já ter querido ouvir tanto muitas vezes. Diversidade, dentre as coisas boas, nunca faltou mas... AQUELAS músicas sempre faziam a diferença, colocavam um sorriso no rosto, um pensamento na cabeça ou uma sensação no entorno. Sei lá - se algum poeta, famosinho, contemporâneo coloca um 'sei lá' na poesia é tido como gênio, os comuns são ignorantes preguiçosos e descompromissados - é difícil até mesmo retomar essa frase porque, para terminar, é difícil entender por que nem mesmo as músicas de outrora, AQUELAS músicas, foram parar.

Sem posição física, coordenadas esféricas ou casa do tabuleiro de xadrez. Quero saber onde estão aqui dentro, na minha cabeça.

Ou fora dela, nos pensamentos flutuantes. Futuristas ou nostálgicos.

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