Todo dia, 18 horas.
Mesma seção do mesmo mercado. A padaria.
Todo dia, 18 horas, com dois reais e cinquenta centavos.
Pão cacetinho*. Meia dúzia.
Não estava preocupado para o que as pessoas que sempre o viam lá poderiam falar.
Até porque, elas também iam ao mesmo mercado na mesma hora.
18 horas.
Há tempos não sentia-se mais um paranoico compulsivo.
Mesmo que seguisse os mesmos passos todos os dias, na mesma hora dia pós dia.
Jack Nicholson foi um brilhante e compulsivo paranoico 'As good as it gets'.
Ele também poderia sê-lo, então.
Ela, a atendente da padaria, seria sua Helen Hunt.
Ele seria Jack Nicholson.
Aliás, ele já era, só faltava ela.
Hoje, ah sim, hoje iria perguntar se ela...
Parou em frente à padaria do mercado.
O mesmo mercado de cada dia.
18 horas.
Parado, viu-se olhado.
Para ela.
Sorriu e...
...começou a rir. Esqueceu o que ia dizer.
O que ia pedir.
Ela deu às costas a ele.
Ele continuava a rir.
Tudo aquilo era ridículo.
Ele era ridículo.
Porém engraçado.
Virou as costas e saiu.
Ela não sentiu sua falta.
Ele não sentiu falta dela.
Mas os curiosos que sempre o percebiam sim, eles sentiram sua falta.
Sentiram falta de quem falar.
E rir.
Agora ele ria deles.
Dela.
E de si.
Saiu, sorriu.
Que bobagem!
Aliás, que história é essa de Jack Nicholson, ein?
Mesma seção do mesmo mercado. A padaria.
Todo dia, 18 horas, com dois reais e cinquenta centavos.
Pão cacetinho*. Meia dúzia.
Não estava preocupado para o que as pessoas que sempre o viam lá poderiam falar.
Até porque, elas também iam ao mesmo mercado na mesma hora.
18 horas.
Há tempos não sentia-se mais um paranoico compulsivo.
Mesmo que seguisse os mesmos passos todos os dias, na mesma hora dia pós dia.
Jack Nicholson foi um brilhante e compulsivo paranoico 'As good as it gets'.
Ele também poderia sê-lo, então.
Ela, a atendente da padaria, seria sua Helen Hunt.
Ele seria Jack Nicholson.
Aliás, ele já era, só faltava ela.
Hoje, ah sim, hoje iria perguntar se ela...
Parou em frente à padaria do mercado.
O mesmo mercado de cada dia.
18 horas.
Parado, viu-se olhado.
Para ela.
Sorriu e...
...começou a rir. Esqueceu o que ia dizer.
O que ia pedir.
Ela deu às costas a ele.
Ele continuava a rir.
Tudo aquilo era ridículo.
Ele era ridículo.
Porém engraçado.
Virou as costas e saiu.
Ela não sentiu sua falta.
Ele não sentiu falta dela.
Mas os curiosos que sempre o percebiam sim, eles sentiram sua falta.
Sentiram falta de quem falar.
E rir.
Agora ele ria deles.
Dela.
E de si.
Saiu, sorriu.
Que bobagem!
Aliás, que história é essa de Jack Nicholson, ein?
*para os brasileiros, pão francês
Um comentário:
para os afrescalhados, pão francês*
não resisti.
ashduiashdiusahdas
Gaby
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