quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pedaços de um pensamento (46)


Preciso de ar! Preciso de água! Preciso de calor!

Não carrego nenhuma sensação ruim, nenhum sentimento vazio ou alguma raiva. Apenas preciso de ar.

De água.

De calor.

Enquanto consegui manter-me longe daquilo que não conseguia controlar, disfarçando com tudo o que era possível para, criando uma ilusão, conseguir manter um foco longe de um eu inexistente, mantive, com tranquilidade, passos e palavras. Nada perturbava, nada parecia ser capaz de. Porém, como uma pedra jogada para cima, sob a ação da gravidade, a queda era inevitável. Ver, e constatar isso, hoje é um golpe oportunista sobre mim. Um oportunismo que, ao contrário dos mundanos, não leva a nada. Não há novidade que hoje seja útil, não há fator diferente que possa ser causa de alguma diferença. O fato é que preciso de ar.

De água.

E de calor.

Querendo ou não, tentar sempre ver e fazer com que tudo tenha uma importância, com que até mesmo aquilo que não precisa seja compreendido e a aceitação em todos os casos de tudo o que vai contra a vontade própria acaba, e não há exceção, sempre trazendo consequências incompreensíveis. Aos alheios e ao próprio. Reconhecer não basta, não leva a lugar algum - nesse caso. Mais do que isso, a tentativa de tornar realidade tudo o que se imagina não é, sob hipótese alguma, um erro entretanto, e aqui entram a natureza e a humanidade, agir como se nada de concreto existisse não torna a vida, e tudo o que vem com ela, mais fácil de ser, não compreendida mas sim, explicada.

Eu só preciso de ar.

De água.

E de calor.

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