sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Pedaços de um pensamento (95)

"Há dez anos eu planejava conquistar o mundo,
Dez anos se passaram e eu não conquistei
Eu só não imaginava ser alguém sem ninguém
E tão sozinho
Tão só, tão só..."

Em um piscar de olhos parte lamentável do meu passado pareceu ter o esclarecimento que há anos vinha tentando encontrar, em todos os lugares do passado, nas lembranças, nas palavras, nos sentimentos e sensações. Nada disso levou-me a uma resposta clara, objetiva, que me trouxesse a tranquilidade para voltar a caminhar, ver e sorrir.

Gostaria muito de ter visto isso, de ter dado essa piscada de olhos, com uma inspiração única, anos antes, muitos anos antes, para poder ter sido capaz de começar a escrever novas páginas, novas histórias, sem receio, medo, falsas ilusões ou omissões que me custaram um tempo que teria sido excepcional se não o tivesse desperdiçado com sofrimentos e apegos desnecessários.

Eu tentei, tantas e tantas vezes, com uma inocência digna de pena, tentar reescrever as minhas histórias, alterando falas, gestos, escolhas. Tentei transformar o passado em um novo presente e - aplaudam, com vigor, minha estupidez - fracassei. Evidentemente fracassei. Tentando mudar o que já havia sido, refazer o que não poderia, nunca, ser refeito, consertar as peças quebradas em migalhas, perdi tempo que poderia ter sido usado para que eu, então, estivesse hoje em um patamar ainda mais elevado - em todos os âmbitos da minha vida - sem contar na não opção por atitudes infantis e vergonhosas.

Tentei reescrever o passado quando deveria ter escrito um novo presente, preparando um futuro diferente. Errei em cima de erros dos quais não quis sair. Persisti no erro como um cachorro insiste em tentar morder o próprio rabo - ao menos nos desenhos animados. Quis continuar a moldar a argila que havia secado e, lógico, a quebrei em pedaços e destruí o pouco que não havia de ridículo no que havia feito.

Perdi para minha lógica errônea e miseravelmente caí centenas de vezes após tropeçar nos meus cadarços desatados.

Que venham as novas histórias, aquelas páginas tristes e doentias ficaram - e hoje isso é ratificado - para trás, quietas, mudas, inofensivas.

Obrigado.

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