sábado, 28 de dezembro de 2013

Pedaços de um pensamento(79)

É difícil caminhar sem perspectiva de onde chegar ou, ao menos, ter uma noção de como fazer para pular as caixas de lixo que são jogadas no caminho para lugar qualquer. Tanto faz como, ultimamente, tudo tem sido levado com indiferença. Ultimamente longo, de semanas, meses, até mesmo anos. Um algo inexplicável mas compreensível, salvo sua origem. Um nada enrolado, embromado, descuidado e rimado que, por fim, não leva a nada além de voltas sem sair do lugar. Os olhos não conseguem ver o nascer do Sol e, tampouco, seu poer - se é que essa palavra faz parte de algum dicionário.

Mais um ano vem e a falta de perspectivas em grande parte de uma vida, que não é vivida no todo, transforma o que se quer em utopia, sonho distante e longínquo que afasta de tudo o que pode parecer uma ponte que afasta do solo lamacento e fétido. Nenhum dos últimos anos que estavam por vir parecia estar cheio de novo, do novo.

De alguém que inspira, onde está a Alegria em meio a tudo isso?

De outra inspiração, a noite vem como resposta que justifica o injustificável, tornando o incompreensivo algo palpável e, com muito esforço, tolerável em meio ao deserto, lixo ou lama no caminho. Seja lá qual venha a ser esse caminho.

Olho para o céu, espero a Alegria. Quero a Alegria. Tenho sede Dela. Preciso Dela e sem Ela não posso viver mais.

A Alegria. Que é Ele. Que são Eles. Que É, por si só.

Como um título de filme fruto de tradução comercial, frases banais completariam com alguma categoria - e nenhum sentido profundo - o que quero dizer há anos e não consigo dizer para mim.

É um fato, pato.

Preciso de coragem para deixar que a Alegria, como disse alguma inspiração, genial, em décadas passadas, seja o que É em mim.

Será, então, o fim da lama, do lixo, do fedor e, claro, do deserto e dessa indiferença noturna que insiste em castigar, enfraquecer e, de alguma forma, forçar a transformação, a regeneração, a escolha por quem pode, e irá, executar tudo isso que é fonte dessa coisa estranha e, singelamente, pura.

Estou cansado de esperar porém, sem medo, não acho que desespero seja necessário porque, talvez, não seja dentro dos próximos 365 dias que tudo mudará e a Alegria reinará.

Entretanto, sem medo de errar, digo que Ela virá.

Alegria que abre o coração, e os olhos. Mas que precisa da coragem.

Vem, Alegria. 

Amém.

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