quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pedaços de um pensamento (76)


Lá se vão três dias.

De alguma espécie peculiar de agonia, ansiedade, angústia ou algo semelhante. Parece com coisas que sentia quando tinha os meus dezesseis ou dezessete anos.

E lá se vão uns cinco ou seis anos.

Naquele tempo isso parecia - vendo agora, logicamente - muito difícil porque era um período de transição de alguém com maturidade, ainda adolescente, em alguém com maturidade, porém adulto. Toda insegurança era fruto de falta de confiança - em Deus, nas pessoas, em mim. Toda falta de confiança tinha, e teve, como origem coisas ainda mais antigas - que, a essa altura, estariam quase chegando na precoce adolescência dos dias de hoje, caso fossem humanas, claro.

Já são três dias assim.

É fato, entretanto, que além do nome - seja ele angústia, agonia ou ansiedade - e da sua causa - seja ela insegurança, falta de confiança, medo de perder ou algo semelhante - não há paralelo já vivido. Está sendo bastante diferente porque, francamente, está tudo diferente. Quando imaginava dias felizes, diferentes dos que vivia, jamais pensava que poderia ser tão bom quanto tem sido. A motivação para vivê-los é cada vez maior porque a origem dela está em algo que cresce diariamente.

E lá se vão quase três meses.

Meses de novidade, de descobertas poucas mas pontuais. De pensamentos catastróficos cada vez menos frequentes e do surgimento de uma sensação de bem estar não vista antes. Difícil deixar passar. É muito óbvio que há uma relação direta entre essa 'sujeira' de fundo de rio que foi revirada por pés sacanas com a tranquilidade que habitava até então.

Foram-se os dias de sonos forçados para tentar esquecer o que eu não conseguia lembrar. Foram-se os dias de escuridão por medo de ser tocado por luz. Pela Luz. Foram-se, graças à Deus, os dias de medo de coisas inexistentes, de ansiedade por impossibilidades e angústias oriundas de rancores que não tinham origem, necessariamente, em minha vida.

Não sei o que trouxe essas sensações de, sei lá, seis anos atrás para o presente. Talvez nem queira saber.

Estou feliz porque a cada dia quero ser mais por, e para, alguém que merece que eu seja muito mais. Por alguém que espantou fantasmas - embora eles insistam em voltar eventualmente - apenas por existir, por estar, por ser.

Sobre o que está acontecendo, sobre essa ansiedade toda, esse medo todo?  Não importa, isso há de passar.

Porque sou feliz ao beirar o sublime toda vez que você está comigo.

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