terça-feira, 21 de maio de 2013

Histórias do Bandiolo - Os dias em que alguma coisa parou

O início foi demais. Diferente, praticamente único. Enquanto entravam, sorrisos jorravam, olhos brilhavam, bocas babavam, uma loucura quase banal e, com o perdão da rima idiota, sem igual. Passavam pela entrada e quase não deixavam rastros. Pareciam ser carregados por nuvens tamanha falta de rastro. Barulhos estranhos faziam e isso tornava aquele momento ainda mais insano, cada vez menos parecido com qualquer outra coisa.

Vieram, entraram, fizeram sucesso. Demais. Não haviam pálidos ali. Era tudo intenso, colorido, bonito. Todos cheios de cor, branca, preta, marrom, laranja, amarelo e verde. E sei lá mais quais cores foram pintadas em quem presenciava, com a própria existência física, aquele jorrar de tons.

Chegaram, passaram, foram. Ou melhor, deveriam ter ido.

Após entrarem, não queriam mais sair. Insistiam em ficar. Os pedidos, após magnífica entrada e passagem, os teriam levado diretamente para as latas de lixo. Não quiseram sair, não pareciam querer deixar o lugar que agora era deles. Delas. Sei lá mais de quem.

Só sei que não era mais o meu lugar.

Meus dentes rangiam. Meu estômago tentava, em vão, colocar tudo para fora mas...

... tudo o que eu havia comido nos últimos sete dias insistia em permanecer dentro de mim. E eu achando que haviam sido as melhores refeições da minha vida.

Engano.

O gosto ruim que voltava após cada percepção da absoluta inércia interior dizia que era hora de tomar uma providência.

CHÁ DE BOLDO NELES!

E assim, tudo voltou ao normal.

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