Difícil dizer alguma coisa sobre.
Não sei, ao certo, o que é isso, mas não consigo deixar de pensar
que é, no mínimo, estranho. E diferente. E espontâneo.
Depois de um longo tempo, há algo
em mim que surge sem passar pelos filtros mentais – quando esses conseguem
superar as limitações físicas e psicológicas e agir contra o que está por vir –
e leva a palavras, escolhas, tempos e outros detalhes que tem feito alguma
diferença, positiva, em um mundinho particular e não muito bonito.
Toda indiferença existente ainda
faz-se presente, inegável. Inevitável, ainda, falar sobre o orgulho que tira a
tranquilidade e permite que ações contrárias estejam tendo consequências com
alguma facilidade. Não que alguém veja o que acontece mas, sem dúvida, não é e
jamais será esse o problema. Enquanto estiver ciente de que a fraqueza é fruto
de um orgulho enraizado, de uma arrogância estúpida e da falta de algo mais
concreto por si para prender-me a uma distância segura dessa coisa toda, nada
do que o mundo veja, ou possa ver, faz alguma diferença. E a indiferença está,
então, para com tudo o que de bom pode ser visto, inevitavelmente ofuscado,
intencionalmente – embora pareça inconsciente e de natureza presa à essência – pelo
receio de que seja uma hipocrisia pública e não somente privada.
Egoísmo é, também, não colocar
nada disso para longe de mim. No fim, o respeito que tenho por aqueles que
fazem parte do mundo particular – externo – é maior e talvez justifique tais
parcelas curtas e definitivas de egoísmo.
Como um todo, estão tentando
lutar – sem razões, justificativas ou explicações – para derrubar tudo o que
possa haver de contrário. Ditadura das minorias, dos preconceitos e imposição
de egos inflados e nem um pouco justos e verdadeiros. É isso que acontece lá
fora, com a maioria que se diz ‘diferente’ mas que, no fundo, não passa de
cópias piratas de jogos que há tempos não vendem mais nada por não condizer com
o dito gosto popular.
Enquanto querem acabar com o que está,
em suas visões, errado do lado de fora, estou tentando desfazer-me de um orgulho
seco e degradante, óbvio que presente do lado interno. Qual a diferença entre
eu e eles? O senso crítico. O meu aponta para mim, o deles... bom, não existe.
Não quero tirar o foco das minhas
limitações, a minha guerra particular. Só não quero parecer egocêntrico e não
citar algo impessoal. E isso, no entanto, não ameniza nem faz sorrir.
A origem do espontâneo, citado
muitas palavras atrás, entretanto faz. E dá motivos para continuar com essa
guerra, por assim dizer.
Em nenhum outro tempo, nem nos de
maior espontaneidade e impulsividade, acreditei que valesse tanto à pena. Não
tinha consciência do quanto isso
poderia transformar. Antes era mais fácil, havia inocência, insanidade pura,
sinceridade crua e um tanto de loucura por querer sem saber o que fazer.
Agora, porém, há consciência
quanto a tudo que isso pode vir a
ser. Ainda mais quando o pouco que já existe consegue fazer tanto. Além disso,
a dificuldade obriga um maior cuidado, uma sinceridade plena – mas honesta e
carinhosa – e, por incrível que pareça, doses de insanidade leves, quase
imperceptíveis, mas ainda assim, um tanto insanas.
E divertidas.
Por fim, é por isso que consigo ver um final para a
indiferença. Distante mas, ainda assim, um final.
Um comentário:
Massa!! O fim da indiferença simboliza algo?
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