quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Reflexões de um maluco (21) - Eu, eles, eu



Difícil dizer alguma coisa sobre.

Não sei, ao certo, o que é isso, mas não consigo deixar de pensar que é, no mínimo, estranho. E diferente. E espontâneo.

Depois de um longo tempo, há algo em mim que surge sem passar pelos filtros mentais – quando esses conseguem superar as limitações físicas e psicológicas e agir contra o que está por vir – e leva a palavras, escolhas, tempos e outros detalhes que tem feito alguma diferença, positiva, em um mundinho particular e não muito bonito.

Toda indiferença existente ainda faz-se presente, inegável. Inevitável, ainda, falar sobre o orgulho que tira a tranquilidade e permite que ações contrárias estejam tendo consequências com alguma facilidade. Não que alguém veja o que acontece mas, sem dúvida, não é e jamais será esse o problema. Enquanto estiver ciente de que a fraqueza é fruto de um orgulho enraizado, de uma arrogância estúpida e da falta de algo mais concreto por si para prender-me a uma distância segura dessa coisa toda, nada do que o mundo veja, ou possa ver, faz alguma diferença. E a indiferença está, então, para com tudo o que de bom pode ser visto, inevitavelmente ofuscado, intencionalmente – embora pareça inconsciente e de natureza presa à essência – pelo receio de que seja uma hipocrisia pública e não somente privada.

Egoísmo é, também, não colocar nada disso para longe de mim. No fim, o respeito que tenho por aqueles que fazem parte do mundo particular – externo – é maior e talvez justifique tais parcelas curtas e definitivas de egoísmo.

Como um todo, estão tentando lutar – sem razões, justificativas ou explicações – para derrubar tudo o que possa haver de contrário. Ditadura das minorias, dos preconceitos e imposição de egos inflados e nem um pouco justos e verdadeiros. É isso que acontece lá fora, com a maioria que se diz ‘diferente’ mas que, no fundo, não passa de cópias piratas de jogos que há tempos não vendem mais nada por não condizer com o dito gosto popular.

Enquanto querem acabar com o que está, em suas visões, errado do lado de fora, estou tentando desfazer-me de um orgulho seco e degradante, óbvio que presente do lado interno. Qual a diferença entre eu e eles? O senso crítico. O meu aponta para mim, o deles... bom, não existe.

Não quero tirar o foco das minhas limitações, a minha guerra particular. Só não quero parecer egocêntrico e não citar algo impessoal. E isso, no entanto, não ameniza nem faz sorrir.

A origem do espontâneo, citado muitas palavras atrás, entretanto faz. E dá motivos para continuar com essa guerra, por assim dizer.

Em nenhum outro tempo, nem nos de maior espontaneidade e impulsividade, acreditei que valesse tanto à pena. Não tinha consciência do quanto isso poderia transformar. Antes era mais fácil, havia inocência, insanidade pura, sinceridade crua e um tanto de loucura por querer sem saber o que fazer.

Agora, porém, há consciência quanto a tudo que isso pode vir a ser. Ainda mais quando o pouco que já existe consegue fazer tanto. Além disso, a dificuldade obriga um maior cuidado, uma sinceridade plena – mas honesta e carinhosa – e, por incrível que pareça, doses de insanidade leves, quase imperceptíveis, mas ainda assim, um tanto insanas.

E divertidas.

Por fim, é por isso que consigo ver um final para a indiferença. Distante mas, ainda assim, um final.

Um comentário:

...Guga... disse...

Massa!! O fim da indiferença simboliza algo?