terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Histórias de uma vida não vivida (53)

*Então os pensamentos tomam conta e é como se ganhasse vida outro eu além do que já existe e, por motivo justo ou não, controla o que é pensado, falado e escrito. Ou não controla tanto assim, verdade seja dita. Pequenos pedaços que vão ganhando forma à partir de uma visão perspicaz e, sem perder a raiz, inútil e um tanto quanto doente, metaforicamente falando. As palavras que vão e vem são diferentes das que deveriam surgir. Enquanto a música de fundo e o barulho de frente impedem que haja paz, simplesmente dizendo, a história que vem é um oasis, não Oasis, em meio a pequenas, e desprezíveis, quantidades de criatividade, imaginação e planejamento. É só isso, inútil, pequeno e simplório até demais. Mas isso, hoje, é muito mais do que a capacidade criativa, imaginativa ou algo relacionado a planejamento é capaz de oferecer a uma mente que não tem paz. Nem quando descansa.

Ela:

Por que ele está olhando para os lados desse jeito? É como se tivesse cometido um crime e estivesse tentando achar alguém que possa tê-lo visto para denunciá-lo. Ele olha, e de maneira direta, nos olhos, como se interrogasse, instigasse uma confissão de culpa. Sendo que a culpa seria dele. Contradição. Agora ele... ah, não, ele limpa o canto da boca como se... como se... FOSSE UM VAMPIRO. Ai, céus, o que eu faço? Ele está limpando o canto da boca como se tivesse mordido o pescoço de uma bela jovem. E continua a procurar. Ele está olhando para mim agora... ai, não. Vou disfarçar... será que ele já parou de olhar? Vou olhar e... ah, parou. Ufa, ainda bem. Será que é um vampiro mesmo? Vi em filmes de vampiros de todas as épocas aquele gesto de limpar o canto da boca enquanto procura testemunhas do crime a serem caladas ou... novas vítimas. Será que estou correndo risco de ser a próxima? Ele olhou para mim, nos olhos, como se quisesse ver o meu interior. Será que ele escolhe as novas vítimas assim ou só pela aparência mesmo? Porque né, convenhamos, nenhum vampiro escolhe a gordona ou a raquítica, é sempre a gostosona. Nunca vi vampiro chupando pescoço de uma que não fosse, como dizem por aí, turbinada. Sempre elas, as boazudas. Nossa, que pensamento recalcado esse, só porque estou um pouco acima do peso. Se alguém ouvisse minha conversa solitária em meus pensamentos... ou melhor, conversa em pensamento é pensamento por si só e.... ah, vou sair daqui logo antes que ele venha atrás de mim para tirar meu sangue com aquela boca... hum.... Chega.


Ele:

Bah, esqueci os óculos e... bem hoje que também esqueci de pegar guardanapo. Será que consigo limpar o canto da boca, que deve estar sujo de feijão, sem que ninguém me veja? Deixa eu tentar ver... nossa, como é difícil ver sem os óculos, forço e não consigo identificar se alguém está me olhando. Então vai. Pronto. Limpei... opa, aquela guria me viu. Vou embora antes que ela me chame de porco na frente de todos. (poft) Que droga, mindinho no canto da mesa.

Um comentário:

Anônimo disse...

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