quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O vazio de viver e só(56)

E agora estou aqui, parado, olhando para a chuva fina que cai sobre o telhado da academia ao lado. Olhando para os trens que, ao fundo da paisagem mas ainda assim próximos de mim, trafegam para algum lugar.

Lugar tão distante daqui quanto meus pensamentos. Quanto a mente vai ao olhar umas gotas de água caírem constantemente sobre o chão que piso todos os dias.

Tento encontrar alguma resposta para tantas perguntas. Sempre elas, perguntas. Sempre dúvidas. Sempre as incertezas. Sempre a falta de convicção para tomar decisões.

Ir ou ficar. Iniciar, permanecer ou terminar. Caminhar ou correr. É banal, é simplista, é minimalista.

Ainda assim, duvidoso e real.

Como letras escritas no ônibus, tortas e ao mesmo tempo retratos quase perfeitos de algo. Ou de alguém.

Curto ou longo, próximo ou distante, optativo ou obrigatório, bem ou mal, continuo aqui.

Parado.

Olhando a chuva fina trazer conforto térmico, água para as plantas, para as calhas e para as poças que molham tênis.

Olhando a chuva trazer qualquer coisa que não seja uma resposta.

Queria apenas uma resposta para uma pergunta. Qualquer uma, mesmo que nunca mais conseguisse encontrar as respostas para as outras.

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